AM – Centro Acadêmicos de Ciências Sociais protesta contra alienação da UFAM e omissão em relação aos alunos Tenharim

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Combate Racismo Ambiental*

O Centro Acadêmicos de Ciências Sociais da UFAM fez um protesto em vários lugares do prédio, na segunda-feira última, dia 3, contra o que classificaram como “a inércia da Universidade Federal do Amazonas em relação aos estudantes indígenas do Sul do Amazonas, que estão sendo impedidos de assistirem às aulas regulares na unidade da UFAM daquela localidade”.

Desde o dia 25 de dezembro, os estudantes indígenas do campus da Universidade em Humaitá estão sendo impedidos de ir à cidade para assistir às aulas. No dia 21 de janeiro, o Ministério Público Federal enviou uma Recomendação à UFAM e a outras instituições de ensino superior (como a Universidade Estadual e Instituto Federal do Amazonas), estabelecendo um prazo de dez dias para que viabilizassem o direito dos alunos indígenas à educação. De todas, somente a  UFAM não respeito a Recomendação no prazo, nem até o momento.

Segundo as lideranças do CACS, a manifestação foi exatamente para pressionar a reitoria a cumprir a Recomendação e se posicionar em favor dos Tenharim: “a universidade não é uma instituição descolada da sociedade; ao contrário, ela faz parte dela e não pode ignorar uma crise com essa”.

A direção do Centro Acadêmico é crítica:

“Há tempos a UFAM não se envolve nas questões sociais mais candentes da atualidade. Em junho, quando o Brasil estava sendo sacudido por grandes manifestações, o Conselho Superior Universitário (CONSUNI) se reuniu para tratar de questões administrativas, enquanto ‘o mundo desmoronava lá fora’.

Que tipo de universidade é essa que que se afasta dos movimentos sociais, que se distancia dos movimentos da sociedade e se esconde quando chamada para se posicionar diante de questões como essas?

Sabemos que os povos originários vêm sofrendo essa perseguição sistemática há mais de 500 anos no Brasil, que redundou em seu genocídio ao longo de toda a história desse país, deixando cicatrizes profundas na sociedade brasileira.

Quando estávamos colocando a faixa na reitoria, fomos constrangidos por uma pessoa que estava no local e disse que era proibido protestar ali. Mesmo assim a faixa foi deixada onde havia sido colocada, e em minutos foi retirada. Mas outras faixas foram postas em vários pontos da universidade reforçando que a luta dos Tenharins é legítima e que precisa ser reconhecida pela instituição”.

Para mais detalhes sobre a questão, leia Reitora ignora Recomendação do MPF e UFAM não recebe universitários indígenas do sul do Amazonas, que publicamos ontem à tarde.

CACS

 

* Com informações enviadas pelo CACS.

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