Saiu a DR 2: “Mulheres à beira de um ataque de Lattes”

Pelas Editoras, para Combate Racismo Ambiental

“Em sua segunda edição, a DR quer falar do lugar das mulheres no meio intelectual e cultural, em particular na universidade.

Convidamos, para esta edição, mulheres que desejam discutir sua relação com esses espaços de saber e de poder. E que são, também, os espaços de nossas vidas. As falas aqui reunidas provêm de diferentes lugares e expressam diferentes embates com o meio universitário. Nós mesmas, editoras, temos posições distintas na universidade – umas fora, outras dentro, outras batalhando para entrar. E como a universidade nunca será seriamente pensada se não for atravessada pelos saberes e lutas que se travam fora dela, convidamos, para a entrevista da vez, Antônia Melo, coordenadora do Movimento Xingu Vivo Para Sempre.

Antônia convida a todos, principalmente as mulheres, a permanecer com a questão: “O que é que está por trás desses projetos que destroem a vida?” Um convite a pensar sobre “qual é o modelo de poder e como nós, mulheres, poderemos construir um poder de vida, um poder de acolhida, um poder de respeito aos direitos humanos, um poder, acima de tudo, que gere vida e não que gere morte”.

Investimos no que é possível fazer e pensar a partir de nossos próprios lugares. Em tempos de hierarquização de opressões e de resistências, queremos afirmar que uma prática política ainda é possível a partir de nossos modos de vida.

Como as crescentes exigências da produção intelectual afetam de modo distinto homens e mulheres? Como os critérios de avaliação privilegiam um certo tipo de produção e de performance? Que mecanismos fazem com que mulheres negras e indígenas ainda sejam excluídas na universidade? Como se sentem neste ambiente aquelas que conseguem furar o bloqueio? Que efeito isso gera em suas vidas e em suas relações? Como as mulheres têm gestado trânsitos entre a universidade e uma série de ações além de seus territórios convencionais: rodada hacker, grafittis, marcha de mulheres negras, modos de ser Guarani e Marubo?

Fazer DR desde os nossos lugares e com a crença de que fluxos de desejo interrompem a cristalização das instituições. DR com desejo, portanto, e também com o riso e a autoderrisão que podem ser instrumentos da ação política, mas que têm estado em desuso.

Um devir-mulher da universidade. Um acolhimento dessa alteridade que a universidade vem abrigando lentamente. Porque 2015 já está acabando e nós queremos mais”.

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DR nº 2 está disponível AQUI. Abaixo, o clipe de lançamento:

 

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