Manifesto Evangélico pela saída do deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara

Nota: o Manifesto contava com 1815 assinaturas na manhã de hoje, 29/10. Está aberto para novas adesões AQUI. (TP),

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Nós, abaixo assinados, representantes e membros de segmentos e de movimentos evangélicos identificados com um Brasil justo e democrático, e numa iniciativa apartidária, manifestamos, juntamente com outros setores da sociedade civil, nossa preocupação com o atual momento da sociedade brasileira, marcado por uma aguda crise política.

Esse quadro se traduz nos conflitos institucionais entre os poderes da República, resultado também de um modelo de governabilidade frágil, que precisa ser revisto através de uma profunda Reforma Política. Como agravante e, ao mesmo tempo, endêmica a esse modelo, a corrupção corrói a confiança na democracia brasileira, deixando a população perplexa com as práticas ilícitas de gestores e de representantes, em diferentes instâncias, de todos os três poderes.

Nesse contexto, as ações do Deputado Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara dos Deputados e que se identifica como evangélico, merecem repúdio. As denúncias de corrupção e o envio de recursos públicos para contas no exterior inviabilizam a permanência do deputado Eduardo Cunha no cargo que ocupa, uma vez que não há coerência e base ética necessária a uma pessoa com responsabilidade pública.

A comunidade evangélica brasileira é diversa tanto em suas tradições e práticas religiosas quanto ideológica e politicamente. Há, nos últimos anos, uma forte tendência, a partir da crescente visibilidade política de lideranças eleitas em diferentes níveis, de homogeneizar essa pluralidade e apresentá-la como se tais representantes fossem a voz dos evangélicos. Nós nos opomos enfaticamente a isto. E afirmamos que, frente a casos como o que protagoniza o atual presidente da Câmara dos Deputados, a corrupção não é a marca distintiva da política para os evangélicos. Ela é a marca de certa “safra” de representantes. Mas os evangélicos não somos assim e não podemos mais deixar que nos identifiquem como tal.

Sendo assim, como evangélicos que prezam a ética, a verdade e a justiça, concordamos quanto à insustentabilidade da permanência do Deputado Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados e posicionamo-nos a favor de sua imediata SAÍDA.

27 de outubro de 2015, Semana da Reforma Protestante, 498 anos

Seguem as assinaturas, para as quais são obrigatórias informações de nome, cargo ou função e igreja ou organização.

Comments (2)

  1. Cada dias mais, a bancada evangélica nos envergonha pelo autoritarismo, desrespeito, e por fim, pela adesão as práticas corruptas. Certamente, esses parlamentares não nos representam, enquanto segmento religioso, muito menos enquanto cristão, que está além das denominações e doutrinas dos homens. Fora Cunha e toda corja que envergonhas os evangélicos que desejam um país que prevaleça a ética, a justiça, a igualdade de oportunidades, o respeito ao diverso, enfim. “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito.” (Rm 12,2)

  2. Um manifesto oportuno e necessário. Para além de crenças religiosas, acho importante que todos os brasileiros decentes saibam que nem todos os evangélicos apoiam o Cunha. Mais importante ainda, porém, é que os próprios evangélicos saibam que sua opção religiosa não os obriga a apoiarem esse deputado que envergonha ainda mais o Congresso e que a fé não os constranja a votar nos integrantes da chamada “bancada da bíblia”, que ajudam a sustentá-lo no cargo.

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