Seppir participa de debate sobre racismo e xenofobia

Audiência na Câmara dos Deputados discutiu ataques contra imigrantes haitianos

SEPPIR

Deputados, gestores e representantes da sociedade discutiram anteontem (23), na Câmara dos Deputados, a onda de ataques aos imigrantes que chegam ao Brasil, em especial os haitianos. Atualmente o país recebe mais de 30 mil pessoas por ano, número que é 400% maior ao registrado em 2010.

Crises econômicas e humanitárias são fatores que explicam o fluxo imigratório para o Brasil. A audiência foi convocada pelos deputados Ivan Valente (SP) e Jean Wyllys (RJ) e buscou integrar os esforços do Governo Federal para dar assistência e condições de permanência aos imigrantes que chegam.

Pela Seppir, a assessora para assuntos internacionais, Magali Naves, participou do evento. Ela disse que é nítido o preconceito existente contra os imigrantes, especialmente os negros. A gestora relata que até mesmo as ações de acolhimento feitas em alguns estados sofrem com esse preconceito.

“Era um programa de alfabetização de haitianos. O problema é que a maioria dos imigrantes do Haiti tem ensino médio e muitos têm curso superior ou doutorado”.

Para a pastora Romi Márcia Bencke, representante do Conselho Mundial de Igrejas Cristãs no Brasil, os casos como o dos haitianos não são isolados. “Xenofobia é relacionada a outras intolerâncias, como religiosa, de gênero, linchamentos públicos e aumento da violência policial”, disse.

De acordo com a representante, no caso de haitianos a xenofobia tem relação com o racismo, que é forte no país. “Houve o caso de um senegalês queimado no Rio Grande do Sul, e é comum haitianos e senegaleses serem abordados por policiais”.

O deputado Ivan Valente defendeu que o brasileiro não tenha atitudes discriminatórias com os imigrantes, sob o pretexto de diminuição de vagas no mercado de trabalho.

“O imigrante pode parecer para alguns como concorrente, mas um país com 200 milhões de habitantes não pode ficar preocupado com 10 mil imigrantes. Isso não influi em nada na questão da mão de obra. É produto de um preconceito”, afirmou o parlamentar.

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