Justiça do Rio decreta prisão de PMs acusados de matar adolescente

“A gente tava brincando, senhor”, disse jovem após ser baleado por policial

Estadão/Notícias UOL

O sargento Ricardo Vagner Gomes e o soldado Alan de Lima Monteiro tiveram a prisão preventiva decretada pela juíza Viviane Ramos de Faria, da 1ª Vara Criminal do Rio, nesta sexta-feira (10). Eles são acusados de atirar contra dois jovens durante patrulhamento na favela da Palmeirinha, em Honório Gurgel, na zona norte do Rio, em 20 de fevereiro deste ano.

O estudante e ajudante de pedreiro Alan Souza de Lima, 15, morreu. Seu amigo Chauan Jambres, 19, baleado no peito, foi socorrido a tempo e está recuperado.

No carro estavam três policiais militares. O sargento Gomes, autor dos tiros, foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio doloso (qualificado por não permitir a defesa da vítima, baleada pelas costas), tentativa de homicídio e fraude processual. O soldado Monteiro foi denunciados por fraude processual. O terceiro PM foi considerado inocente e arrolado como testemunha. Os três estão afastados das ruas, desempenhando funções administrativas.

O Ministério Público também foi o autor do pedido de prisão dos dois policiais.

Versão dos PMs desmentida por vídeos

Na época do crime, o sargento e o soldado afirmaram à Polícia Civil que participaram de um confronto com bandidos e que, ao final, encontraram os dois jovens feridos. Eles apresentaram dois revólveres que, segundo acusaram, haviam sido apreendidos com a dupla. Por conta disso, Chauan chegou a ficar preso, acusado de porte ilegal de arma e resistência.

A versão dos PMs, no entanto, foi desmentida por imagens gravadas pelas câmeras da viatura da PM. As imagens demonstram que não havia nenhum confronto entre os policiais e criminosos na hora em que a viatura se aproximou dos dois jovens. Eles estavam perto de uma esquina e foram atacados conscientemente. Os policiais pararam e socorreram os jovens, mas Alan morreu no hospital.

Outras imagens, gravadas pela câmera do celular de Alan e divulgadas pela família dele logo após o episódio, já demonstravam que os policiais haviam mentido, mas não mostravam a sequência da ação.

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