Sessão na câmara homenageia década de afrodescendentes

Solenidade teve a presença de embaixadores africanos e de gestores do Governo Federal

SEPPIR

A Câmara dos Deputados realizou ontem (1) uma sessão solene em comemoração a Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024), declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo do encontro, segundo o deputado Mário Marinho (BA) é divulgar a data e fazer com que a sociedade saiba que na próxima década várias atividades no sentido de corrigir desigualdades raciais serão feitas tanto no legislativo quanto no executivo.

A assessora para assuntos internacionais da Seppir, Magali Naves, explicou que um dos objetivos da década é a criação de quadros jurídicos para a promoção da igualdade racial e o combate aos crimes de racismo. Para ela, tal medida é essencial para garantir que as políticas saim do papel e sejam efetivadas na sociedade. Além disso, a década busca publicizar a questão dos direitos dos afrodescendentes.

“Outro objetivo é a criação de um fórum de afrodescendentes na ONU, além de uma declaração universal de direitos dos afrodescendentes”, disse Magali.

Ela lembrou também que um ano antes da ONU a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) já havia declarada em âmbito regional a década de afrodescendentes (2014-2023). “Por isso no Brasil temos na verdade onze anos de afrodescendentes”.

O senador licenciado Marcelo Crivella (RJ) usou o exemplo do Quilombo dos Palmares para falar sobre a importância de resgatar a história dos afrodescendentes no país. “Foram 100 anos de luta contra a escravidão, em um exemplo que todos os brasileiros deveriam saber. Mesmo quem se considera totalmente branco tem pelo menos 30% de genes negros. Essa miscigenação foi comprovada recentemente em estudo publicado na mídia”.

O embaixador Isadori Benjamim, representante do grupo de embaixadores africanos no Brasil, disse que o continente quer ampliar o diálogo com o país, ir além das parcerias que já existem. “Precisamos de medidas para garantir que os afrodescendentes tenham acesso a saúde, a vida política e social. Nós não somos mais escravos, somos gente”.

Além dos embaixadores e de parlamentares como a deputada Benedita da Silva (RJ), participaram da sessão a presidente da Fundação Palmares, Cida Abreu e um grupo de alunos do Distrito Federal, que além de conhecer o parlamento puderam ter uma aula de história através dos depoimentos exibidos na sessão. Em um dos depoimentos, o cantor Gilberto Gil reforçou a importância de que todos os Brasileiros conheçam a história do país, incluindo a contribuição dos afrodescendentes.

Comments (1)

  1. Com todo o respeito pelas pessoas decentes que (ainda?) lá estão, não sei se me sentiria gratificada com qualquer homenagem desse Congresso e dessa Câmara em particular. Ou melhor: sei muito bem. Sequer botaria os pés lá! Meu sentimento com relação àquilo é uma mistura de indignação, revolta e nojo.

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