Governo Estadual e rede ASA-Minas lançam Projetos para o Semiárido Mineiro

Articulação Semiárido Minas Gerais

A Articulação Semiárido Minas Gerais (ASA Minas) e o Governo do Estado de Minas Gerais realizam na próxima terça-feira, 26, às 9h, o Seminário “Água, Sementes e Agricultura Familiar: Um olhar sobre o Semiárido Mineiro”, e  o lançamento oficial do projeto de Sementes e do Programa Cisternas nas Escolas.

O evento será realizado no Palácio Tiradentes (Cidade Administrativa) e contará com a presença do governador Fernando Pimentel e de representantes de Ministérios e demais autoridades.   Estão sendo esperadas para este encontro aproximadamente 150 pessoas, dentre elas, agricultores e agricultoras beneficiados pelos programas, coordenadores dos projetos e representantes de entidades executoras dos programas no Estado.

No local, haverá painéis temáticos, feira de sementes, exposição fotográfica, dentre outros.

Programas – O  Cisternas nas Escolas, também conhecido como “Água de Educar” surgiu com o intuito de lutar pela garantia do direito à água para crianças e adolescentes no Semiárido Brasileiro. De acordo com o relatório Direito de Aprender, produzido em 2009 pelo Unicef, das 37,6 mil escolas da zona rural da região semiárida, 28,3 mil não são atendidas pela rede pública de abastecimento de água.

No Estado, o Programa será executado em16 municípios no Norte de Minas e 14 cidades no Vale do Jequitinhonha pelas entidades que compõem a rede ASA.  Ao todo,  168 escolas da rede municipal e estadual serão beneficiadas. Este programa conta com o financiamento do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e parcerias com o Ministério da Educação, das redes municipais e Estadual de Educação.  O Governo Estadual auxiliará no mapeamento e mobilização das escolas por meio das superintendências de educação. O programa conta com o investimento do Governo Federal da ordem de mais R$ 2milhões, apenas para atender Minas Gerais.

Já o projeto de Sementes do Semiárido ou “Sementes da Gente”, partirá da experiência de agricultores e agricultoras com as sementes crioulas. O diálogo com as famílias do campo será uma oportunidade de construção do conhecimento, e de conhecer o patrimônio genético que está preservado no Semiárido.  A partir da identificação, resgate e estocagem das sementes nativas, as famílias irão reestabelecer sua base genética, garantindo também a autonomia para decidir quando plantar, colher e comercializar. O patrimônio das famílias está associado à identidade, a alimentação, mas também envolve um sentimento de preservação do que foi cuidado por gerações.

Em Minas, serão 12 municípios atendidos  também nas regiões Norte e Jequitinhonha, com uma média de 640 famílias atendidas. O investimento do Governo Federal é da ordem de R$1,2 milhões.

ASA – A articulação Semiárido Brasileiro (ASA) é uma rede formada por mais de mi organizações da sociedade civil que atuam na gestão e no desenvolvimento de políticas de convivência com a região semiárida. Sua missão é fortalecer a sociedade civil na construção de processos participativos para o desenvolvimento sustentável e a convivência com o Semiárido referenciados em valores culturais e de justiça social.

As entidades que integram a ASA estão organizadas em fóruns e em redes nos nove estados que compõem o Semiárido no país. Em Minas Gerais, sua atuação predomina no Norte e Jequitinhonha por meio de entidades ligadas à agroecologia, sindicatos rurais dentre outros.

Mais de 100 mil cisternas em Minas – Mais de O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) é uma das ações da ASA. Ele vem desencadeando um movimento de articulação e de convivência sustentável com o ecossistema do Semiárido, através do fortalecimento da sociedade civil, da mobilização, envolvimento e capacitação das famílias, com uma proposta de educação processual. Em 15 anos de atividades, apenas em Minas Gerais, foram construídas 97.170 cisternas para consumo humano. A ASA e as entidades que a integram, entendem que a água é um direito humano básico e, ao mesmo tempo, alimento necessário à vida e insumo para a produção de alimentos.

As tecnologias sociais de captação de água da chuva para produção, com capacidade para 52 mil litros de água, abastecem os agricultores do Semiárido. Além dos reservatórios, eles podem ter acesso à assistência técnica especializada e a recursos para investir nas propriedades, e contam com o apoio à comercialização da produção, por meio de compras públicas e privadas.

Já as cisternas de placas são tecnologias sociais – soluções simples e de baixo custo – para captar e armazenar água da chuva. Em Minas Gerais, foram construídas de 2003 até aos dias de hoje, 7.660 cisternas para produção. Cada família recebe um reservatório de água para consumo próprio com capacidade para armazenar 16 mil litros. Com isso, é possível que essa família, com até cinco pessoas, possa ter água para beber e comer por até oito meses.

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