Atingidos protestam por direitos no Mato Grosso

MAB

Atingidos do assentamento da Gleba Mercedes 5 protestaram, nesta quinta-feira (07), em frente ao prédio da concessionária responsável pelas obras da Usina Hidrelétrica Sinop (UHE).

Eles cobram o cumprimento das condicionantes estabelecidas para liberação das licenças do empreendimento e reclamam da falta de respostas por parte da empresa. “Simplesmente a companhia não responde mais os nossos ofícios e se recusa a nos receber. Isso é uma grande falta de respeito”, afirmou Jairo Narciso da Silva, assentado e atingido.

Inicialmente, conforme Jairo, são cinco pontos cobrados pelos atingidos: agilidade na regularização fundiária, que já está em andamento; remanejamento da população atingida, com identificação dos que deverão deixar a área e dos que irão permanecer; reassentamento para os que tiverem mais de 60% das propriedades inundadas pelo reservatório da usina; indenizações das terras alagadas e projeto de malha viária das estradas afetadas pelo empreendimento.

Há mais de um ano os atingidos negociam com a empresa, mas não conseguem obter informações sobre a situação real do assentamento. “O projeto inicial apontava 188 famílias, entretanto, hoje, a companhia admite 212. Foram emitidas quatro listas de atingidos e nenhuma bate com nenhuma. As indenizações estão todas paradas. A empresa empurra a responsabilidade para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que empurra de volta para a empresa”, lamentou.

Segundo Jefferson, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), as pautas dos atingidos não avançam. “A empresa troca seus funcionários direto, então você estabelece um dialogo com uma pessoa e de repente essa pessoa sai, vem outra e você começa do zero. Ou seja, é uma tática pra ganhar tempo, embora as obras do canteiro de obras estão bem avançadas”, afirmou.

No final da manhã, o MAB conseguiu agendar uma reunião com um dos gerentes da CES, onde mais uma vez nada de concreto para os atingidos foi encaminhado.

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