Projeto “Do Buraco ao Mundo”: segredos, rituais e patrimônio de um quilombo-indígena

Do Buraco ao Mundo: segredos, rituais e patrimônio de um quilombo-indígena

A presente iniciativa, faz parte de Edital referente a preservação e acesso aos bens do patrimônio afro-brasileiro, lançado no ano de 2013 (iniciando em 2014), através de iniciativa conjunta do Minc, UFPE e Fundação Joaquim Nabuco. Como tal, prevê a acessibilidade da sociedade civil a esse patrimônio, através de plataformas digitais.

Esta proposta procura abordar a comunidade Tiririca dos Crioulos, respeitando (e reforçando) a sua autonomia, em uma busca participativa no inventário dos seus bens de patrimônio cultural. Localizada na base da Serra do Arapuá, a Tiririca dos Crioulos possui a particularidade de ser um “quilombo-indígena”, categoria nativa apropriada, em 2010, pelos “negros da Tiririca”, em função de seu parentesco com os atuais indígenas Pankará. Está localizada no município de Carnaubeira da Penha, sertão de Itaparica (Estado de Pernambuco), possuindo uma população de 196 pessoas correspondendo a 46 famílias. Devido a sua distância da capital do Estado (Recife), bem como o histórico processo de marginalização e preconceito dessa população, a noção de “buraco” emerge do discurso de uma das lideranças, cuja frase intitula o projeto.

Seguindo os princípios de auto-reconhecimento (a ratificada Convenção 169 da OIT, por exemplo) de uma identidade étnica, acreditamos que somente a própria coletividade possui legitimidade suficiente para afirmar aquilo que pertence (ou não) à sua história. Portanto, as metodologias que são abordadas buscam o processo de formação desses indivíduos, incitando-os a narrarem as suas histórias.

Acreditando nesses direitos e na oportunidade dos que compõem a Tiririca dos Crioulos mostrarem quem são, de onde vem, compartilhar os seus cantos sagrados e memórias territoriais, a sistematização das informações obtidas será disponibilizada (mediante consentimento) em plataformas digitais, em formato de “blog” e arquivo digital (.PDF). Produto este que será distribuído na escola quilombola, nas escolas do município de Carnaubeira da Penha e nas escolas indígenas do município, usadas, consequentemente, como material didático. Além disto, a comunidade teve a possibilidade de registrar alguns cânticos e músicas, como benditos, linhas de toré/gira e músicas da Banda de Pífano e referente a “Dança do Cordão”.

Com a recente aprovação, do mesmo projeto, pelo Edital FUNDARPE/FUNCULTURA, as iniciativas que transcorrem na comunidade poderão ser continuadas, preenchendo lacunas que foram sentidas ao longo do processo, bem como potencializando outros processos despertados.

Com isto, o processo de formação que será proporcionado à comunidade, gera informação, no sentido de ação sobre o mundo e de criação de oportunidades, de espaços a serem (re)conquistados.

Para obter mais informações, clique AQUI.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Nivaldo Aureliano Léo Neto.

 

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.