Polícia do Rio discute racismo na política de segurança do Estado

Secretário Executivo da SEPPIR, Giovanni Harvey, participa da atividade
Secretário Executivo da SEPPIR, Giovanni Harvey, participa da atividade

Secretário Executivo da Seppir participou da atividade na Academia de Polícia Militar Dom João VI

SEPPIR

Policiais militares cariocas participaram sexta-feira (14/11), na Academia de Polícia Militar Dom João VI, de um debate sobre o racismo na política de segurança do Rio de Janeiro. Na atividade, promovido pela Superintendência Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Supir), a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR-PR) foi representada pelo seu secretário Executivo, Giovanni Harvey.

De acordo com o titular da Supir, Rogério Gomes, o debate foi conduzido a partir do entendimento de que “o Estado brasileiro corrobora com o sistema racista e faz da militarização da sociedade uma maneira de analisar o cidadão pela sua renda, cor e características físicas”.

O objetivo da atividade, também segundo os organizadores, foi analisar a construção do conceito de raça, numa perspectiva de interface entre a Antropologia, História e Sociologia, visando a compreensão das formas pelas quais os conceitos de raça e racismo se estabeleceram no mundo e, particularmente, no Brasil.

“Nossa intenção é discutir a especificidade da formação da sociedade brasileira, revisando mitos e paradigmas ainda presentes no senso comum acerca de raça; estabelecer a relação entre o racismo e a construção da identidade individual e de grupo e seus desdobramentos nas abordagens sobre Direitos Humanos e Cidadania; analisar as políticas estabelecidas para a promoção da igualdade racial que contribuem para a concretude histórica dos Direitos Humanos no Brasil, tendo como marco legal a Constituição federal de 1988, o Estatuto da Igualdade Racial e o Decreto Estadual 44.204/2013, que institui o Plano de Promoção de Igualdade Racial”, explicou Rogério.

De acordo com a Supir, a violência teve queda significativa no Rio de janeiro nos últimos dez anos, mas os dados ainda revelam que os avanços não garantem o direito à vida e à segurança para a população negra. “A queda da taxa de crescimento da violência, representa uma estratégia combinada entre os governos estadual, federal e municipal em combater o crime organizado, implantando, nas principais áreas de conflito, as UPPs – Unidades de Policia Pacificadora, com vistas à ‘retomada’ dos territórios ocupados por traficantes de drogas e milícias”, afirma Gomes.

Diante das constatações, o superintendente acredita que é preciso fortalecer as ações estratégicas de prevenção à violência e de redução dos homicídios autoria/vitimização de jovens negros; articular com a Polícia Militar ações pela eliminação do racismo institucional com foco na mudança de princípios e valores; promover a quebra do estigma sociocultural contra o jovem negro visto como inimigo potencial a partir de rotulações como “suspeito cor padrão”.

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