BA – Comunidades ameaçadas por grilagem de terras querem encontro com juiz de Remanso

Imagem: CPT Juazeiro
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CPT Juazeiro

As oito comunidades rurais do município de Campo Alegre de Lourdes  que estão sendo vítimas de uma tentativa de grilagem de terras querem conversar com o juiz de direito da Comarca de Remanso Dario Gurgel de Castro. No final de setembro, o magistrado concedeu uma liminar favorável a Vanderlê Dias da Costa que, sem documento algum, diz ser o dono de uma área com mais de 44 mil hectares.  A decisão das comunidades aconteceu na manhã desta quinta-feira, em Angico dos Dias uma das comunidades ameaçadas.

Agora,  os camponeses e camponesas esperam a data da audiência, a ser agendada através dos assessores jurídicos da CPT.

Durante o encontro, os quase cem camponeses e camponesas presentes também discutiram a importância da autodefinição como comunidades de fundo de pasto, modo de viver e criar na caatinga que já predomina nas áreas há gerações.

Todo o processo  de tentativa de grilar a terra de Angico dos Dias e região estaria destinado à venda da área por intermédio de Pedro e Bartolomeu, que são irmãos de Vanderle e do seu primo Zé do Salvo, que moram na comunidade de Açu, vizinha a Angico dos Dias, onde está localizada a mina da Galvani.

As comunidades têm informado que os intermediários de Vanderle estão comentando no município que ninguém na área em conflito tem documento e toda a terra já teria sido vendida aos “gaúchos”. Alguns camponeses chegaram até a apresentar documentos antigos de posse registradas em cartório, comprovante de pagamento do ITR, dentre outros.

No dia 29 de agosto, Salvador Mendes da Rocha e Valdomiro Custodio de Farias, moradores da comunidade de Angico dos Dias, foram surpreendidos com uma intimação de uma decisão liminar concedida pelo juiz Dario Gurgel, da Comarca de Remaso, proíbindo os camponeses de usarem a áreas que sempre foi de uso tradicional das comunidades da região, e que Vanderle agora alega possuir.

“Eu moro aqui há 59 anos, produzindo, criando nossos animais. Se eles tomaram essas terras, como é que a gente vai ficar”, questiona um dos moradores de Angico dos Dias.

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