BA – Quilombo de Salamina Putumuju comemora posse de seu território às 9:30h de hoje, 2 de agosto

Manoel Antônio da Conceição, 55 anos, ao saber que poderá usufruir da área. Morador do Salamina Putumuju desde que nasceu, Conceição já vivenciou períodos difíceis. "Aqui nós comíamos o que eles davam, existia um armazém que o fazendeiro estocava os alimentos e vendia pra nós quando já estavam vencidos e estragados", relata.
Manoel Antônio da Conceição, 55 anos, quilombola do Salamina Putumuju: “Aqui nós comíamos o que eles davam. Existia um armazém que o fazendeiro estocava os alimentos e vendia pra nós quando já estavam vencidos e estragados”.

Incra

A comunidade do Território Quilombola Salamina Putumuju, situado no município de Maragogipe, no Recôncavo baiano comemora, neste sábado (02), às 9h30, a posse de um imóvel de 1,4 mil hectares.  O ato representa uma vitória para as famílias e para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que desde 2005 se empenha para transferir a posse da área à comunidade. Os ministros do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, o governador da Bahia, Jaques Wagner, e o presidente do Incra, Carlos Guedes, participam da comemoração.

A incorporação dessa área, a terceira  desapropriada pelo Incra, soma 1,7 mil hectares de terras obtidas, o que corresponde a 84% do total do Salamina Putumuju. O Incra na Bahia está finalizando o processo de desapropriação de outras quatro propriedades para englobar toda a área. A obtenção dos imóveis é a última fase antes da titulação comunitária do território.

Atualmente, cerca de 40 famílias vivem no Salamina Putumuju. Elas cultivam mandioca, milho e feijão e se dedicam à pesca. A história desse território tem origem no século XVI com o cultivo da cana-de-açúcar, que se baseou na exploração da mão de obra escrava. A comunidade quilombola se formou em uma área de 2.061 hectares, onde estão as sete fazendas que o Incra vem destinando à comunidade.

Maragogipe

Além do Salamina Putumuju, há outras três comunidades quilombolas no município de Maragogipe com processo em andamento no Incra para a regularização fundiária dos territórios. A ação beneficiará 100 famílias de remanescentes de quilombos.

As áreas são a Buri, que está em fase de elaboração do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), e as comunidades Enseada do Paraguaçu e Dendê, que já possuem processos abertos pelo Instituto.

Serviço

Imissão na posse da Fazenda Salamina
Dia: 02 de agosto (sábado)
Horário: 9h30
Local: Fazenda Salamina, município de Maragogipe – a 130 quilômetros de Salvador (BA).

Comments (1)

  1. Após tantas atrocidades que o homem branco cometeu contra a Raça Negra é justo que enfim, seus herdeiros/remanescentes, se sintam Senhores, das únicas Terras que seus ancestrais pisaram e ergueram fortunas, sobre seus lombos sofridos e calejados, de um trabalho tortuoso, indigno, nefasto, que o próprio “homem branco” chamou de escravo, para deleite de seus Coronéis!
    Liberdade àqueles que viram suas vidas ceifadas, sobre as chibatas e os açoites de seus ditos senhores que até ontem, lhes tentaram vender!
    Liberdade às almas mutiladas, até hoje assombradas, despojas no fundo do mar!
    Liberdade àqueles que hoje deixam de sobreviver, para viverem dignamente em seu próprio chão, sob a outorga de tão nobre Título de Posse!
    Viva a Nação Quilombola de Salamina Putumuju, Maragogipe-Bahia.

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