RO – “Após acordo, índios Terena terão direito a Reserva Indígena em Vilhena”. Mas é essa uma boa solução?

Juiz Wilson Witzel e cocarMinistério Público Federal celebrou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com indígenas, Funai, Exército e União. [Mas não há qualquer menção ao tamanho e condições dos lotes 42 e 43. Difícil saber, assim, se é uma boa solução… TP].

MPF RO

Indígenas Terenas, originários de Mato Grosso, têm ocupado, desde 2009, os lotes 72 e 73 do Setor Tenente Marques (Gleba Iquê), área do Exército, em Vilhena. Para pôr fim à ocupação irregular e aos conflitos fundiários entre indígenas e não-índios, o Ministério Público Federal (MPF) intermediou e celebrou um acordo (Termo de Ajustamento de Conduta – TAC) entre Terenas, Exército, Funai, Superintendência do Patrimônio da União (SPU).

Pelo acordo, a SPU cederá os lotes 42 e 43 do Setor Tenente Marques (Gleba Iquê) aos indígenas Terena e vai autorizar a criação de uma reserva indígena no local. O Exército fará a vistoria dos lotes e delimitará a área no prazo de 20 dias. A Funai vai acompanhar a transferência dos Terenas; dar assistência aos indígenas; fazer gestão junto aos órgãos públicos para que o local do reassentamento tenha infraestrutura mínima – energia elétrica, água potável etc; fazer o georreferenciamento e a sinalização do perímetro da área, colocando placas indicativas da reserva indígena e da circunscrição administrativa da Funai.

Os indígenas Terenas se comprometeram a fazer, no prazo de 30 dias, a transferência consentida de todos os integrantes da comunidade para os lotes 42 e 43; respeitar a posse coletiva da terra indígena; preservar as áreas florestadas; não ocupar ilegalmente novas áreas; comunicar à Funai a eventual insuficiência da área destinada à reserva se houver crescimento populacional do grupo; não ceder parcelas da terra a terceiros, entre outras obrigações.

Em 90 dias, a SPU fará a concessão do usufruto da área aos indígenas. No prazo de 180 dias, Funai e SPU farão os procedimentos para a criação da reserva indígena no local. O descumprimento dos prazos do acordo resultará em pagamento de multa de cinco mil reais por dia de atraso.

Comments (1)

  1. Eu também sempre me pergunto se é uma boa solução?

    Temos que nos perguntar sempre o que leva essas comunidades a deixarem seus territórios tradicionais?

    Na maioria das vezes são as precárias condições de vida naqueles locais, isso quando existe área tradicional demarcada, homologada e protegida.

    Muitas vezes essas comunidades também não são devidamente atendidas nos centros urbanos, sendo tratadas pela maioria dos setores públicos como um “problema” que deveria ser atendido única e exclusivamente pelo Órgão Indigenista Oficial… isso até chegar épocas como a que estamos vivendo agora, véspera de eleições, e então esses lembram que indígenas também votam, e os procuram com falsas promessas.

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