Aldeias isoladas são prioridade no Mês da Vacinação Indígena

Foto: Karina Zambrana - ASCOM/MS
Foto: Karina Zambrana – ASCOM/MS

Lucas Pordeus Leon, Blog da Saúde

O Mês da Vacinação dos Povos Indígenas (MVPI) começou nesta quarta-feira (30), e vai até o dia 29 de maio. O MVPI espera oferecer vacinas a toda população indígena aldeada, que corresponde a cerca de 180 mil pessoas de 305 etnias diferentes em 1.144 aldeias espalhadas em todos os estados brasileiros. Iniciado em 2005, o MVPI faz parte da Semana de Vacinação nas Américas, organizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Devido ao difícil acesso para muitas dessas aldeias indígenas, se faz necessário esse esforço do Ministério da Saúde para aumentar a cobertura vacinal desses povos e garantir sua imunização contra diversas doenças. “Antes a vacinação era feita de acordo com a rotina das equipes de saúde. A partir de 2005 que houve essa intensificação através do MVPI”, conta Carmem Pankararu, indígena e secretária-executiva do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Pernambuco (PE). Carmem acrescenta que as coberturas vacinais tiveram uma melhora significativa desde o começo dessas ações de intensificação.

A abertura oficial do Mês de Vacinação vai acontecer no município de Pesqueira (PE), região onde estão aproximadamente 10 mil indígenas e predomina a etnia Xucuru de Orourobá. Carmem Pankararu explica que esses eventos são importantes para conscientizar a população indígena. “Antes a gente tinha que insistir para se vacinarem, havia uma resistência. Hoje a comunidade mostra um interesse na vacinação. Eles participam da campanha e vão aos postos de saúde”, completa Pankararu.

A diretora do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (DASI) do Ministério da Saúde, Danielle Cavalcante, explica que o Mês da Vacinação elabora uma logística diferenciada para aumentar a cobertura vacinal das regiões mais isoladas. “É usado helicóptero, avião e toda uma estrutura para que cheguemos às áreas de difícil acesso”, comenta. Danielle cita o exemplo do Vale do Jaraví (AM), onde a equipe de saúde demora de 14 a 15 dias para chegar de barco.

“As vacinas não resistem sem uma refrigeração adequada. Por isso nesse mês nós vamos várias vezes às aldeias. É uma intensificação para vacinar, principalmente, as crianças, grávidas e idosos que ainda não foram imunizados”, ressalta a diretora Danielle. Serão oferecidas quase 249 mil doses contra diversas doenças, como hepatite B, paralisia infantil, difteria, tétano, coqueluche, meningite, gripe, caxumba, febre amarela, entre outras.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Vanessa Rodrigues.

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