RJ – Após quase três horas de ocupação, manifestantes deixam prédio da Defensoria Pública

fora nilson bruno
Foto captada na internet, sem indicação de autoria

Agência Globo

RIO – Moradores da comunidade Vila Autódromo, na Barra, Zona Oeste do Rio, realizavam um protesto na tarde desta sexta-feira contra as remoções em frente à sede da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, na Avenida Marechal Câmara, no Centro, quando um grupo de 12 pessoas invadiu a sede do órgão. Os manifestantes pediam a presença do defensor público geral Nilson Bruno, que está fora do Rio. Depois de mais de três horas de ocupação, eles foram retirados pacificamente pela Polícia Militar, por volta das 18h30m, sob a alegação de que estavam ocupando um prédio público de uso especial, que não é um patrimônio público comum, como uma praça, porque ali se realizam trabalhos em prol da população que não podem ser afetados.

Os invasores alegavam que desejam continuar nas comunidades de Vila Autódromo e de Indiana, na Tijuca, na Zona Norte. A via chegou a ser fechada, e ninguém podia entrar no prédio.

Por telefone, o defensor público geral informou que se tratava de uma ação política e orquestrada, que nada tem a ver com a população pobre que vive na comunidade da Vila Autódromo. Segundo ele, o terreno também foi ocupado por pessoas de classe média, que não querem deixá-lo e estão insatisfeitos com as mais de 150 famílias que, após um acordo com a prefeitura, já estão sendo reassentadas.

– Mais de 200 das 583 famílias que vivem na Vila Autódromo aceitaram sair do local ou para serem reassentadas no empreendimento construído pela prefeitura ou para receberem uma indenização. Até pessoas de fora do perímetro da comunidade também assinaram acordo com o município para se mudar. À medida que elas deixam seus imóveis eles são demolidos, e quem fica está se sentindo enfraquecido – explicou Nilson Bruno, acrescentando que há casos parecidos na comunidade Indiana. – Nós, da defensoria, não somos a favor de demolições e remoções, mas sim da livre escolha dos cidadãos, que foram ouvidos e optaram por isso. Já pedimos à Secretaria de Segurança Pública para apurar a origem desta invasão.

A Vila Autódromo é uma área atingida pelo projeto de urbanização do entorno do futuro Parque Olímpico, em construção no terreno do antigo Autódromo Nelson Piquet. Algumas famílias que lá viviam estão se mudando para o Parque Carioca, um condomínio do programa Minha Casa Minha Vida, construído pela Secretaria de Habitação, na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, para reassentar famílias da comunidade.

O Parque Carioca começou a receber os primeiros moradores na manhã do dia 26 de março. A transferência foi possível após a Defensoria Pública cassar, na noite anterior, uma liminar que condicionava a mudança à manutenção das casas das famílias que forem removidas. A defensoria tomou a iniciativa porque a liminar que condicionava essa transferência havia sido solicitada por defensores que não acompanhavam o processo. À medida que os moradores forem sendo retirados, as casas serão removidas.

No sábado anterior às primeiras remoções, ao saber que não poderiam deixar a Vila Autódromo, alguns moradores fizeram um protesto e chegaram a apedrejar a associação de moradores da região. [sic]

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