Índios Tupinambás correm o risco de perderem escola indígena e posto de saúde na região do Acuípe, em Ilhéus, para a construção de condomínio de luxo de R$100 milhões
Causa Operária – O empreendimento milionário de luxo “EcoResort Flor do Cacao” que está para ser construído dentro da Terra Indígena Tupinambá de Olivença no municípios de Ilhéus, no Sul da Bahia, vai destruir uma escola indígena e um posto de saúde, utilizado pelos índios e não-índios da região do Acuípe.
A Escola Municipal Indígena em Acuípe de Baixo e do Posto de Saúde, estão sendo ameaçados desde o ano passado quando o grupo estrangeiro Primaver Empreendimentos Imobiliários ajuizou uma medida de reintegração de posse em detrimentos dos índios Tupinambás que estão na área há quase 30 anos.
A Escola Indígena possui cerca de 150 estudantes entre índios e não-índios onde os estudantes são atendidos, nos três turnos, na educação infantil, Fundamental e no ensino médio.
O posto de saúde é importantíssimo para o acompanhamento e encaminhamento de doentes para os hospitais que possuem maior estrutura em Ilhéus e Itabuna.
O empreendimento de luxo EcoResort Flor do Cacao está estimado em mais de R$ 100 milhões e ocupará uma área de 500 hectares, com casas piscinas, estacionamento, clube etc.
A Escola Indígena e o Posto de Saúde correm o risco de serem destruídos para que estrangeiros lucrem com as obras e a venda das casas, enquanto as crianças e o povo Tupinambá fiquem sem escola, saúde e sem casas para morar.
A farsa da defesa dos “interesses” de pequenos agricultores
Por detrás da campanha de calúnias referente ao desalojamento de pequenos produtores com a demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença, fica claro que os verdadeiros interesses são de latifundiários e especuladores imobiliários estrangeiros.
Fica claro que os principais porta-vozes contra os indígenas e responsáveis por incitar a população contra os índios Tupinambás, o deputado do PT, Geraldo Simões, e o presidente da Aspaiub (Associação dos Pequenos Agricultores de Ilhéus Uma e Buerarema), Abiel Santos, estão defendendo os interesses desses setores poderosos da região e não dos pequenos produtores.
Para defender as suas alianças com latifundiários e especuladores locais, o governo do PT impôs estado de sítio dentro da área indígena enviando o exército e a Força Nacional de Segurança Pública, na tentativa de evitar a demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença.