Atingidos por Belo Monte denunciam descaso da Norte Energia

atingidos belo monteMAB – O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) recebeu um recado da Norte Energia através da Casa de Governo ontem à tarde (03) de que ‘a Norte está para Brasília’ e que iria poder atender uma comissão que vem se reunindo todas as sextas-feiras para ouvir da empresa como está o andamento da garantia dos direitos das famílias atingidas, com urgência para as que estão com suas casas debaixo d’água. A comissão vinha se reunindo semanalmente desde as lutas do 14 de Março.

Diante disso, as famílias ficaram indignadas e resolveram fazer uma caminhada desde o Parque de Exposição, onde grande parte das famílias está abrigada, até a Casa de Governo, num trecho de mais de 6 km, para denunciar a Norte Energia: por dar prioridade absoluta à construção da barragem; pela lentidão no estudo de ‘caso’ dos não cadastrados; não cumprimento do acordo de mudança de 30 famílias por semana; não ter reassentado ao menos as famílias já cadastradas antes que suas casas fossem invadidas pelas águas; não reconhecer os direitos dos moradores de aluguel, de favor, moto taxistas, carroceiros, oleiros, pescadores, indígenas, camponeses e outros; não ter construído casa com antecedência e em número suficiente para todas as famílias atingidas; por não respeitar a Lei de nosso país, com mais de 20 processos e continuando a construir a barragem; por criminalizar as pessoas e os movimentos lutadores; por não cumprir as condicionantes. 

De imediato, as famílias exigiram da Norte Energia transparência no processo de reassentamento dos atingidos: ‘precisamos saber com antecedência de 15 dias, ou ao menos uma semana, quais e quantas famílias vão mudar, isso não pode ser uma caixa de segredo’, dizem.

A reunião terminou às 12 horas, participaram quase 100 pessoas e ficou decidido que o Movimento vai encaminhar 40 nomes por semana para terem prioridade na relocação para a nova moradia. Até terça-feira o Movimento vai definir os próximos passos.

“Por volta de 100 famílias já foram reassentadas, enquanto a grande maioria está desabrigada por causa das enchentes, o que mostra que o cronograma da empresa está atrasado na garantia dos direitos dos atingidos, enquanto a obra da barragem segue a todo vapor”, afirmou Edizângela Barros, do MAB.

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