Índios reclamam da precariedade das escolas nas aldeias do Tocantins

Prédio foi inaugurado há quase 13 anos na reserva indígena xerente. Segundo os moradores, nunca houve reforma ou manutenções frequentes

Do Globo Rural – Os índios xerentes reclamam das condições da escola da aldeia, no município de Tocantínia, no Tocantins. Enquanto os alunos são obrigados a estudar em condições precárias, próximo do local há um prédio novinho, abandonado.

O ensino também se escora para não cair, a começar pela cobertura do pátio. O prédio foi inaugurado há quase 13 anos, fica na reserva indígena xerente e, segundo os moradores, nunca passou por reforma, nem manutenções frequentes.

A cantina se sustenta com arames. Sem móveis adequados, só com muito improviso para conseguir guardar todos os materiais e alimentos.

Em um mesmo lugar, se amontoam a diretoria, a secretaria, a sala dos professores e a coordenação pedagógica.

A escola tem 115 alunos e apenas duas salas de aula. Com tanto aperto e sem nenhuma possibilidade de ampliação, o jeito é inventar espaço. Quem entra na classe, por exemplo, todos os dias, logo de cara se lembra que estuda no banheiro.

Com as coisas fora de lugar, os sanitários foram para o quintal. No único banheiro da escola que ainda pode ser utilizado, a reclamação é que ele precisa ser dividido entre meninos e meninas.

Nas salas de aula, a fiação elétrica está precária. Os ventiladores não funcionam e o aprendizado divide espaço com o sufoco.

Há cerca de oito quilômetros de distância, em uma aldeia vizinha, uma obra concluída e abandonada no meio do mato desde 2012, poderia ser a alternativa para acabar com a superlotação na escola indígena.

“Quando os alunos chegarem ao ensino médio ou na universidade, eles vão ter deficiências absurdas, em várias disciplinas. No português, na matemática, na física, na química, porque temos toda essa deficiência na aldeia”, diz Eliane Martins, do Conselho Estadual de Educação Indígena.

O secretário executivo da Secretaria de Educação do Tocantins, Joneidson Lustosa, diz que a reforma da escola de Tocantínia deve começar no ano que vem. Quanto à construção nova que está abandonada, ele informa que o imóvel será repassado para a Fundação Nacional de Saúde, para ser transformado em posto de atendimento médico.

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