Gabriel Brito e Paulo Silva Junior – Correio da Cidadania
Pouco afeito a exercícios de memória histórica, o Brasil vive dias de inevitável reencontro com o passado. Às vésperas de se completarem os 50 anos do golpe militar que tirou João Goulart da presidência da República e instalou 21 anos de terrorismo de Estado, ainda vivo em nosso cotidiano, movimentações à esquerda e à direita se insinuam. Resta conferir quais delas, de fato, pautarão as ruas.
“Eu não vejo clima para golpe, como alguma parte da direita tenta aventar. Fazem isso de graça, por pura provocação. É uma afronta à memória das vítimas da ditadura militar, às vítimas dos desaparecimentos e das torturas. É uma afronta à memória do povo brasileiro, uma vergonha. Por isso organizamos a Marcha Antifascista, para mostrar que, enquanto existe gente que comemora tortura e morte, tem gente que é contra”, disse “Strife” (codinome), em entrevista ao Correio da Cidadania.
Dessa forma, o entrevistado, que falou em nome do coletivo organizador da marcha, desmistifica as ameaças da direita, que a seu ver se resumem à internet e representam apenas o rancor de classe. Em sua opinião, a transição democrática brasileira registra avanços, como a Comissão da Verdade, mas ainda carece de um governo “claramente de esquerda, dos trabalhadores para os trabalhadores”. (mais…)