Organizações pedem aprovação definitiva da Lei de Segurança Alimentar

2014_03_seguranca_alimentar_peru_reproducaoAdital – A Aliança de Organizações Agrárias e o Coletivo Peru pela Segurança Alimentar com Soberania estão reclamando junto ao Congresso a aprovação efetiva da Lei de Segurança Alimentar e Nutricional. O objetivo é garantir que todo peruano e peruana tenha acesso a um aporte alimentar suficiente e nutritivo. Hoje, quase metade da população sofre risco de insegurança alimentar e 35% não ingerem as calorias mínimas necessárias ao ser humano.

A Lei foi aprovada no Pleno do Congresso no dia 19 de dezembro de 2013, contudo um pedido de reconsideração impediu sua aprovação definitiva e, hoje, ela está paralisada, impedindo que a alimentação seja reconhecida no país como um direito e que o Estado seja considerado o responsável por garantir segurança alimentar e gerar condições favoráveis para que a população possa ter acesso aos alimentos.

“A metade dos peruanos está em risco de insegurança alimentar, não só por dificuldade no acesso aos alimentos, mas porque não está se alimentando de maneira nutritiva e equilibrada. Consomem mais carboidratos, gorduras e comida não saudável, especialmente nas cidades”, destaca Alejandro Laos, antropólogo especialista em desenvolvimento rural. Ele afirma ainda que essa dieta é responsável por problemas como a obesidade, que afeta 62,4% dos peruanos.

A disponibilidade de alimentos está ligada a vários fatores e um deles é o ambiental. As mudanças climáticas fazem do Peru um dos países mais vulneráveis do mundo. Somado a isso há as difíceis condições de trabalho enfrentadas pelos pequenos e médios produtores, que são os responsáveis pelo abastecimento de 70% dos produtos da cesta básica.

Rosario Romero, coordenadora do Coletivo Peru pela Segurança Alimentar, assegura que, sem apoio, dificilmente os produtores vão conseguir manter o abastecimento nacional, fato que faz crescer as importações e a dependência estrangeira. Por isso, é necessário promover o desenvolvimento do pequeno produtor e produtora, visto que existem quase 700 mil campesinos e campesinas no país.

Atualmente, o Peru importa 90% do trigo, 60% do milho e 100% da soja, deixando também o consumidor exposto às altas de preços repassadas pelo mercado internacional.

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