Moradores bloqueiam principal via de acesso à Altamira, na PA-415

Imagem mostra a via completamente interditada (Foto: Ariel Silva Costa/Arquivo pessoal)
Imagem mostra a via completamente interditada (Foto: Ariel Silva Costa/Arquivo pessoal)

Trânsito está parado na via. Engarrafamento é de pelo menos 5km. Outras formas de entrada na cidade foram alagadas pelo rio Xingu

Do G1 PA

Centenas de pessoas bloquearam o principal acesso a Altamira, no sudoeste do Pará, na PA-415, na manhã desta quinta-feira (13). Integrantes do Movimento de Pessoas Atingidas por Barragens e pessoas atingidas pelas cheias do rio Xingu participam do protesto. A interdição na rodovia estadual impede o acesso à Transamazônica, que dá acesso aos canteiros de obras de Belo Monte.

As obras foram prejudicadas nesta quinta. De acordo com o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), 44% dos trabalhadores que moram em Altamira não conseguiram chegar ao canteiro de obras. Homens da Polícia Militar estão no local e tentam uma negociação com os manifestantes.

A reivindicação dos moradores é agilidade na construção das casas no bairro Jatobá para as famílias que moram em áreas de risco de alagamento provocado pelas obras da hidrelétrica. Esta medida está prevista em uma série de condicionantes exigidas para a construção da usina de Belo Monte, em Vitória do Xingu.

O trânsito está parado na PA-415, e o engarrafamento é de pelo menos 5 quilômetros. As outras vias de acesso à cidade estão bloqueadas pelas cheias no rio Xingu.

G1 entrou em contato com a Norte Energia, responsável pelo empreendimento, que informou que enviou uma equipe para verificar a situação. A empresa afirma que as obras das casas estão rigorosamente de acordo com o cronograma acordado com o IBAMA e com a prefeitura municipal de Altamira.

A Norte Energia garantiu ainda que trabalha para entregar as residências até o final deste ano e que as negociações estão sendo conduzidas pela Casa de Governo em Altamira. A empresa afirma que colabora com o poder público nos assuntos que lhe dizem respeito.

O geógrafo Ariel Silva Costa, de 35 anos, não conseguiu chegar ao trabalho nesta quinta. Ele é funcionário do setor de Recursos Humanos da Secretaria Municipal de Saúde de Vitória do Xingu. Com a PA-415 bloqueada, não há como chegar ao município, que fica distante 45 quilômetros de Altamira.

“Eu estou na casa de uma amiga, esperando o bloqueio acabar, junto com outras pessoas que trabalham na secretaria. A manifestação prejudica o nosso trabalho, né”, reclama.

Cheias
De acordo com a Defesa Civil, o rio Xingu está com 8.02 metros acima do nível considerado normal. Mais de 1.200 famílias residentes em nove bairros foram atingidas. Cerca de 400 famílias estão em abrigos improvisados pela prefeitura. Até a última quarta-feira (12), mais de mil alunos estavam sem aulas.

A prefeitura informou que a medida de suspender as aulas é provisória e emergencial, mas não deu previsão para o retorno das atividades nas escolas. Mais de 300 homens do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Exército Brasileiro, Demutran e Guarda Municipal trabalham nas áreas atingidas.

Colaborou Glaydson Castro, da TV Liberal em Altamira.

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