Recife: Mulheres da Via Campesina pedem fim da violência contra trabalhadores rurais

Foto: Alice Souza/DP/D.A Press
Foto: Alice Souza/DP/D.A Press

Diário de Pernambuco

As mulheres da Via Campesina em Pernambuco continuam em passeata pelas ruas da região central do Recife, na tarde desta terça-feira (11). A caminhada faz parte da Jornada Nacional de lutas das mulheres camponesas, realizada todos os anos no mês de março.

Elas deixaram a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, por volta das 13h30, após almoçar, e seguiram pela Rua da Angustura, Avenida João de Barros, na Avenida Agamenon Magalhães e estão na Avenida Conde da Boa Vista. O grupo ocupa uma das faixas da pista e é acompanhado por uma viatura da Polícia Militar. O trânsito na área está bastante engarrafado.

As mulheres pretendem entregar uma pauta de reivindicações assim que chegarem na sede do governo do estado. Um representante do governo deverá receber uma comissão. Este ano, a Jornada Nacional das Mulheres da Via Campesina tem como objetivo denunciar o capital estrangeiro na agricultura e chamar a atenção da sociedade para o modelo destrutivo do agronegócio, que ameaça tanto o meio ambiente quanto a soberania alimentar e a vida da população brasileira. Outro objetivo da jornada em Pernambuco é denunciar as ações de violências praticadas contra as mulheres, além da criminalização das lutas populares e da violência que as populações do campo vêm sofrendo em suas lutas pela conquista da terra e do território.

A jornada denuncia os milhares de trabalhadores rurais sem terra e de famílias camponesas, vitimas das ações de violência do estado e do latifúndio. De acordo com a Via Campesina, nos últimos 20 anos, quarenta e oito pessoas foram assassinadas em conflitos agrários, envolvendo altos índices de famílias despejadas, expulsas de suas terras com agressões, perseguições, prisões e ameaças de morte, sendo que a maioria dos casos de violência contra os camponeses e camponesas sequer chegam a ser julgados pela Justiça. Só em 2013, de acordo com dados parciais da Comissão Pastoral da Terra (CPT), foram mais de 10 mil famílias envolvidas em situações conflitos agrários no estado. (Com informações de Alice Souza)

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