No Pará, índios protestam por melhor atendimento à saúde

 Globo Rural
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Prédios públicos estão ocupados em Marabá. Faltam infraestrutura, remédios e ambulâncias.

Portal G1

Índios de várias etnias protestaram contra a falta de atendimento à saúde nas aldeias do sudeste do Pará. Desde a semana passada, eles ocupam prédios públicos em Marabá.

A falta de estrutura na aldeia kyiamreti é grande. A água usada para beber é de cisterna, sem tratamento, e para tomar banho e lavar roupas, os índios usam um lago. A energia elétrica é fornecida por um pequeno gerador, que é usado apenas à noite. Os remédios ficam armazenados no armário no quarto da casa de uma indígena.

Cento e quinze pessoas vivem no local. Segundo os indígenas, a falta de um posto de saúde tem dificultado o tratamento dos doentes da aldeia, mas os problemas não terminam por aí.

A Casa de Saúde Indígena de Marabá está ocupada, desde a semana passada, por índios de oito etnias, que pedem melhorias no local. Por mês, cerca de 70 indígenas se hospedam no local que tem apenas quatro quartos e nenhuma cama.

Na falta de espaço, redes são armadas do lado de fora da casa. No único banheiro para uso dos índios, a fiação elétrica está precária. Na enfermaria tem lixo hospitalar há meses, que, segundo os índios, não vem sendo recolhido.

A sede da Casa de Saúde Indígena funciona ao lado do pólo da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), onde os indígenas reclamam que encontram a mesma situação de descaso e abandono. Nos fundos há móveis quebrados, camas enferrujadas, documentos perdidos e muita água acumulada. Oito veículos estão quebrados, entre eles uma ambulância.

Neste fim de semana, os índios ficaram sabendo pelos funcionários da Funasa que outros cinco veículos alugados não poderiam mais ser usados para transportá-los. Eles se revoltaram. Com bordunas arrebentaram as portas da Funasa, entraram na diretoria e retiraram móveis. Como forma de protesto, os índios fecharam a rua com danças e cantos.

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