Curso em Manaus: Direito da Biodiversidade e Sociodiversidade

Título: Instrumentos jurídicos de proteção e valorização da biodiversidade e da sociodiversidade

Professora: Juliana Santilli

Carga Horária: 20 horas

O curso adota abordagem interdisciplinar, sendo aberto a todos os profissionais interessados com diferentes formações acadêmicas.

Local: Universidade Federal do Amazonas, Centro de Ciências do Ambiente, tel.: 92 33054067, cel.: 92 99841721, Responsável: Prof. Henrique dos Santos Pereira

Data: 20 a 22 de março, quinta a sábado

Justificativa:

Os pesquisadores e gestores envolvidos com a conservação e o uso sustentável da biodiversidade se deparam constantemente, em suas atividades acadêmicas e profissionais, com os instrumentos jurídicos afetos às questões socioambientais. São comuns as suas dúvidas e questionamentos em relação aos instrumentos jurídicos da área socioambiental, e poucas as oportunidades de esclarecimento de tais dúvidas. A legislação socioambiental brasileira é esparsa, complexa, e em alguns casos, contém lacunas e contradições entre diferentes leis e outros atos normativos. O curso visa oferecer uma visão geral e panorâmica dos principais instrumentos jurídicos de proteção à biodiversidade e à sociodiversidade associada. Oferecido por uma profissional da área de Direito, com extensa experiência profissional e acadêmica na área do Direito da Biodiversidade e da Sociodiversidade, o curso adota uma abordagem interdisciplinar, e uma linguagem e metodologia acessíveis a profissionais que não têm formação na área jurídica, mas que têm interesse e a necessidade de aprofundar os seus conhecimentos jurídicos na área socioambiental.

Ementa:

Constituição brasileira e a proteção da biodiversidade e da sociodiversidade. A Convenção sobre a Diversidade Biológica e sua implementação no Brasil: histórico, conceitos, princípios, instrumentos e mecanismos principais. Protocolo de Nagoya à Convenção sobre a Diversidade Biológica: avanços e impasses. Medida Provisória no. 2.186-16, de 23/08/2001: o acesso ao patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados e a repartição de benefícios. O regime jurídico diferenciado da agrobiodiversidade (recursos fitogenéticos para alimentação e agricultura) e sua implementação no Brasil. Direitos dos Agricultores e Política Nacional de Agroecologia e de Produção Orgânica. O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC, Lei 9.985/2000, decretos 4.340/2002 e 5.746/2006 e instruções normativas mais importantes do ICM-BIO): visão geral, normas de manejo e principais categorias de unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável. Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas (Decreto 5.758/2006). Territórios indígenas e de quilombolas e outras áreas protegidas (reservas da biosfera, cavidades naturais subterrâneas e bens arqueológicos). Direitos de populações tradicionais e a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (Decreto n• 6.040/2007): As interfaces entre os instrumentos de proteção à biodiversidade e os instrumentos de salvaguarda do patrimônio cultural. Registro de bens culturais imateriais, indicações geográficas e chancela de paisagens culturais: potenciais instrumentos para valorizar os produtos da sociobiodiversidade.

Programa:

A Constituição brasileira: novos paradigmas para a conservação da diversidade biológica e cultural e a transversalidade da questão ambiental.  A função socioambiental da propriedade.

Interfaces entre a proteção constitucional à diversidade biológica e à diversidade cultural.

Convenção da Diversidade Biológica (CDB): histórico, conceitos, princípios, instrumentos e mecanismos principais. Soberania dos países de origem. Consentimento Prévio Fundamentado e Repartição Justa e Eqüitativa dos Benefícios. Conservação in situ: áreas protegidas, territórios indígenas e corredores ecológicos. Conservação ex situ: bancos de germoplasma, herbários, jardins botânicos, etc. Protocolo de Nagoya à Convenção da Diversidade Biológica (CDB) Interfaces entre diversidade biológica e diversidade cultural: Sociodiversidade e etnoconhecimento. Populações tradicionais e biodiversidade. Conhecimentos, inovações e práticas de povos indígenas, quilombolas e populações tradicionais relevantes para a conservação da biodiversidade: o artigo 8 (j) da CDB. Biodiversidade, biotecnologia e propriedade intelectual: necessidade de compatibilizar a CDB e o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados com o Comércio (TRIPs) da Organização Mundial do Comércio (OMC). A revisão do artigo 27.3 (b) do TRIPs. Lei de Propriedade Intelectual (9.279/1996) e de Proteção de Cultivares (9.456/1997): aspectos relacionados à biodiversidade. Medida Provisória no. 2.186-16, de 23/08/2001: regulamenta a aplicação da CDB no Brasil. A proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado, a repartição de benefícios e o acesso à tecnologia para sua conservação e utilização. Histórico e aspectos jurídicos gerais. Autorizações de acesso e contratos de repartição de benefícios. Composição e funcionamento do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN).

Tratado Internacional da FAO sobre Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura: conservação e uso sustentável da agrobiodiversidade, sistema multilateral de acesso e repartição de benefícios. Direitos dos agricultores e suas interfaces com a agrobiodiversidade . Política Nacional de Agroecologia e de Produção Orgânica (Decreto 7.794/2012): diretrizes, instrumentos, mecanismos e instâncias de gestão. Produtos da sociobiodiversidade e conservação da agrobiodiversidade dentro do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional:

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC, Lei 9.985/2000, decretos 4.340/2002 e 5.746/2006 e instruções normativas mais importantes do ICM-BIO): visão geral, normas de manejo e principais categorias de unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável. Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas (Decreto 5.758/2006).

Criação, implantação e gestão de unidades de conservação. Plano de manejo e conselhos consultivos e deliberativos de unidades de conservação. Gestão compartilhada com OSCIP. Compensação por significativo impacto ambiental, reassentamento de populações tradicionais.

Outras áreas protegidas: Reservas da Biosfera. Cavidades naturais subterrâneas. Bens arqueológicos. Territórios indígenas e de Quilombolas. Direitos de populações tradicionais e a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (Decreto n• 6.040/2007). Responsabilidade civil, criminal e administrativa por danos às unidades de conservação ambiental.

Bens culturais e sua proteção jurídica: tombamento, registro de bens culturais e chancela de paisagens culturais. Indicações geográficas e os produtos da sociobiodiversidade.

Currículo da Professora: Juliana Santilli é Promotora de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal, e já atuou nas áreas de meio ambiente, patrimônio cultural, consumidor, criminal e direitos humanos. É doutora em Direito (área de concentração: Direito Ambiental) pela Pontificia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR),) e sócia-fundadora do Instituto Socioambiental (ISA).  É autora dos livros: Socioambientalismo e novos direitos: proteção jurídica à diversidade biológica e cultural (São Paulo:Peirópolis; ISA;IEB, 2005); Agrobiodiversidade e direitos dos agricultores (São Paulo:Peirópolis; IEB, 2009) e Agrobiodiversity and the Law: regulating genetic resources, food security and cultural diversity(Londres, Earthscan, 2012) de diversos artigos sobre direitos socioambientais. É pesquisadora associada ao Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasilia e do programa “Populações locais, agrobiodiversidade e conhecimentos tradicionais na Amazônia brasileira”, desenvolvido pelo Institut de Recherche pour le Développement (IRD), a Universidade de Campinas e o Instituto Socioambiental (ISA).

Participou dos programas de treinamento internacional Contemporary Approaches to Plant Genetic Resources, Conservation and Use, da Universidade de Wageningen, na Holanda, e da École Thématique Internationale Agrobiodiversité: des hommes et des plantes, do Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement (CIRAD) e do IRD, na França.

Currículo Completo da Professora disponível na Plataforma Lattes do CNPQ

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Henyo Barretto.

Comments (11)

  1. Boa tarde!
    Será que agora você teria mais alguma informação? Como por exemplo, valor do curso, quantas vagas e qual é o principal público para o mesmo?
    Obrigada!

  2. Olá.
    Eu tentei entrar em contato nos dois números de telefone, mas não consegui falar com ninguém.
    O telefone fixo chama e não antendem. O celular está indisponível.
    Gostaria de saber informações sobre o curso, especialmente sobre vagas, pois sou do Ministério Público do Estado do Acre, da Coordenadoria do Meio Ambiente.
    Tenho bastante interess no curso e preciso de maiores informações para poder participar.

    Obrigado.

  3. Boa noite. Gostaria de obter informações acerca dos horários do curso, e período de inscrição. Se puderem informar melhor seobre isto, agradeço.

    Atenciosamente, Danielle.

  4. Bom Dia!

    Gostaria de obter maiores informações sobre o referido curso, já tentei entrar em contato pelos números acima, entretanto ninguém atende.

    att

  5. Marina,
    nós só sabemos isto. Sugiro que você ligue para um daqueles dois telefones e se informe.
    Eu também teria interesse, mas estou no Rio de Janeiro…
    Boa sorte.

  6. O curso será em março, Leandro, como já está na notícia. A informação inicial veio com o mês errado.

  7. Olá, sou aluno do INPA e tenho muito interesse em participar de desse curso. O texto acima diz que o curso será realizado no mês de Fevereiro, porém fui informado que o curso ocorrerá somente em Março. Peço encarecidamente que esclareçam essa informação. Quando é de fato o curso?

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