Novela que retratou as tradições de matriz africana recebe prêmio nos EUA

Lázaro Ramos afirmou que o reconhecimento ajudaria a emissora a perceber como os negros querem ser vistos na televisão brasileira
Lázaro Ramos afirmou que o reconhecimento ajudaria a emissora a perceber como os negros querem ser vistos na televisão brasileira

SEPPIR“Lado a Lado”, exibida pela Rede Globo, em 2012, recebeu sua primeira homenagem da SEPPIR, durante as comemorações de dez anos de criação da Secretaria, em março. Na ocasião, o ator Lázaro Ramos afirmou que o reconhecimento ajudaria a emissora a perceber como os negros querem ser vistos na televisão brasileira

A novela “Lado a Lado”, exibida pela Rede Globo, em 2012, venceu a 41ª edição do International Emmy Awards, como o melhor folhetim da tevê mundial. A cerimônia de gala aconteceu nesta segunda-feira, 25, em Nova York, nos Estados Unidos e é considerada o Oscar da televisão.

Em março deste ano, quando a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) comemorou dez anos de criação, os autores e o elenco da novela receberam sua primeira homenagem nas pessoas do escritor João Ximenes e dos artistas Lázaro Ramos e Zezeh Barbosa, agraciados com uma placa. 

A SEPPIR considerou que a trama ambientada no Rio de Janeiro do início do Século XX retratou as tradições de matriz africanas sem estereótipos. “Essa é primeira homenagem recebida por ‘Lado a Lado’ e vai ajudar a fazer com que uma empresa como a Rede Globo perceba como a gente quer ser visto na televisão brasileira”, disse Lázaro, na época.

Nos EUA, anunciado pelo ator americano Jeffrey Tambor, o prêmio foi entregue aos autores Cláudia Lage e João Ximenes Braga, ao diretor geral Vinícius Coimbra, ao diretor Cristiano Marques e ao ator Thiago Fragoso.

História local

João Ximenes Braga disse estar duplamente emocionado com o reconhecimento tão importante! “Lado a Lado é uma novela muito brasileira. No pano de fundo das nossas histórias de amor, mostramos fatos que ajudaram a definir a identidade cultural brasileira, como o samba, a capoeira, o carnaval, a popularização do futebol, as religiões de matriz africana, as favelas… Então, o prêmio atesta não só a qualidade da novela em si, mas também que conseguimos fazer uma história local que tocou um júri internacional, isso não é pouco”, afirmou.

Cláudia Lage, que dividiu a autoria com João, também comemorou a conquista do Emmy. “A novela discute temas ainda polêmicos e complexos no Brasil, como a discriminação racial e a cultura patriarcal, pilares presentes ainda em nossa sociedade. Um reconhecimento desse porte para o nosso trabalho só pode ser muito emocionante e altamente recompensador. Estamos muito felizes”, resumiu.

O diretor geral Vinícius Coimbra explicou o significado do prêmio para ele: “É muito emocionante vencer o Emmy estando aqui, entre os melhores do mundo. E nós representando a qualidade da dramaturgia brasileira. O Emmy é a coroação de um grande e belo trabalho que fizemos, da paixão que tivemos por este projeto”, disse.

Comments (1)

  1. Como sempre, o nosso Brasil não deixa de reforçar ao exterior estas duas “identidades culturais” do Brasil: o carnaval e a popularização do futebol. Eu detestei quando o autor fez citação a estes eventos como se fossem algo que deveríamos enaltece-los. Segundo a minha opinião, esses eventos exibem os trabalhadores, os negros e demais desafortunados como indivíduos que ficam muito alegres nesses pobres momentos e, por isso deve “injetá-los”, por meio da mídia corporativista, cada vez mais esta forma de manipulaçao.
    Temos é que protestar as injustiças cometidas contra os negros, os pobres, etc., no que diz respeito a falta de melhoria na educação que, por sua vez, não oferecem aos mesmos as melhores oportunidades de acesso ao trabalho e salários dignos.

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