Governo editará cem decretos de reforma agrária em 2013, diz ministro

MST-Eu-Apóio-a-Reforma-AgrariaPepe Vargas anunciou que Executivo irá retomar desapropriações de terras. Segundo ele, Presidência publicará os cem decretos até 31 de dezembro.

Juliana Braga e Priscilla Mendes, do G1, em Brasília

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, anunciou nesta quinta-feira (17) que o governo federal irá publicar cem decretos de desapropriação de terra até o dia 31 de dezembro deste ano. Segundo o auxiliar da presidente Dilma Rousseff, os primeiros decretos já serão publicados nos próximos dias.

“Até o dia 31 de dezembro, nós estamos assumindo um compromisso de colocar cem decretos de desapropriação para a reforma agrária no nosso país. Já nos próximos dias sairão os primeiros”, comprometeu-se Vargas na cerimônia de de lançamento do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), na 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável Solidário, em Brasília.

Reportagem publicada pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, em 7 de outubro, revelou que, faltando menos de três meses para o final do ano, Dilma não assinou nenhum decreto de desapropriação de imóvel rural, por interesse social, destinando-o para a criação de assentamentos rurais. De acordo com a publicação, a chefe do Executivo publicou apenas 28 decretos de desapropriação de terras em 2012. No ano anterior, Dilma havia assinado 58 decretos para a reforma agrária.

Ao discursar no evento, Dilma justificou o ritmo lento das desapropriações de terras em seu governo. De acordo com a petista, não adianta dar terras sem oferecer condições de infraestrutura para os agricultores produzirem. “Não temos o direito de colocar famílias vivendo num lugar onde elas não têm o direito de tirar sua renda”, enfatizou Dilma.

A área do programa anunciado nesta quinta guarda relação com uma das principais bandeiras políticas da ex-senadora Marina Silva, que foi ministra do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No último dia 5, Marina se filiou ao PSB após o partido que ajudou a fundar, a Rede Sustentabilidade, ter o registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Com a filiação, ela se aliou ao possível candidato à presidência da República, presidente da sigla e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

Agroecologia
Durante seu discurso na solenidade do programa de agroecologia, o ministro Pepe Vargas listou parte das ações do plano federal. O Planapo, informou o titular do Desenvolvimento Agrário, prevê assistência técnica para 75 mil famílias de produtores agrícolas orgânicos nos próximos três anos.

Outras 70 mil famílias receberão assistência para fazer a transição para o sistema produtivo agroecológico. Também serão destinados, segundo o ministro, R$ 43,5 milhões por meio do CNPq e do Ministério da Educação para o desenvolvimentos do ensino, pesquisa e extensão sobre produção agroecológica no campo.

No total, são 125 medidas e R$ 8,8 bilhões para o desenvolvimento da agricultura ecológica e para a produção orgânica em um prazo de três anos. A maior parte dos recursos, R$ 7 bilhões, serão disponibilizados por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Plano Agrícola e Pecuário, na forma de crédito agrícola aos produtores rurais.

Enquanto Dilma e Pepe Vargas discursavam em um centro de eventos da capital federal, na Esplanada manifestantes de movimentos ligados ao campo ocupavam a entrada do Ministério da Pesca e Aquicultura. Na pauta de reivindicações dos ativistas estão a retomada da reforma agrária, a anistia e renegociação de dívidas, crédito diferenciado para os camponeses e educação voltada para o campo.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Rodrigo de Medeiros Silva.

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