RJ – Reunião com pescadores e demais trabalhadores do mar e os movimentos sociais, amanhã, 14h

pescadorDia 11 de Outubro (amanhã), às 14 horas, no Ocupa Petrobras – Av. Chile, Centro do Rio de Janeiro

Por Sérgio Ricardo Verde

A situação em nosso litoral e baías é cada vez pior para a pesca e demais atividades marítimas.

Já não bastasse a poluição e degradação da natureza que as grandes empresas fazem há anos em nosso meio ambiente, agora com a descoberta de grandes campos de  petróleo (Pré-Sal) somado à intensificação das atividades petrolíferas já existentes em nosso mar vem criando uma situação insustentável para aqueles trabalhadores que tem no mar, baías e lagoas o seu sustento.

Hoje, na Baía de Guanabara por exemplo, a  Petrobras ocupa algumas ilhas, os dutos submersos atrapalham em muito a colocação de redes, a imensa quantidade de rebocadores, toda as atividades de suporte do pré-sal, além de derramamentos de óleo,  levaram a uma diminuição da quantidade e qualidade do pescado na região, fazendo com que muitos trabalhadores da pesca e extração busquem outras atividades, integralmente ou parcialmente para garantir sua subsistência.

As obras como a da refinaria COMPERJ já estão trazendo transtornos muito grandes e impactos socioambientais irreparáveis. A ampliação das áreas de exclusão de pesca em função do licenciamento sem critérios técnicos e socioambientais adequados dos megaempreendimentos industriais, tem intensificado os conflitos com a pesca artesanal, colocando em risco a vida destes trabalhadores(as). Quatro pescadores da AHOMAR de Magé foram brutalmente assassinados por lutarem contra obras de dragagens que ameaçavam impactar o Rio Guaxindiba e a APA Federal de Guapimirim.

A equivocada construção da barragem do COMPERJ projetada para o Rio Guapiaçu, no município de Cachoeiras de Macacu, provocará a desapropriação (remoção) de milhares de pequenos agricultores, além de destruir a economia da região que é o 2ª. maior polo agrícola fluminense. Em São Gonçalo, as obras de construção de estrada que ligará o Porto Logístico do COMPERJ, na Praia da Beira, à refinaria em Itaboraí, até o momento, ignorou a presença de centenas de catadores de materiais recicláveis do Lixão de Itaóca que vivem em grave situação de vulnerabilidade social e pobreza extrema.

Até hoje os ecossistemas da Baía e a pesca sentem os impactos negativos do derramamento de óleo de duto que liga a REDUC ao Terminal da Ilha D´Água, ocorrido em 18 de Janeiro de 2000, considerado o maior acidente ecológico da História do país, que despejou 1,8 milhões de m3 de óleo e graxa nas águas da Baía. Apesar de condenada pela Justiça a Petrobras nunca indenizou os milhares de pescadores artesanais impactados: a produção pesqueira reduziu 90% levando ao empobrecimento das comunidades pesqueiras tradicionais.

O Estado do Rio de Janeiro até hoje não promoveu, com efetiva Participação Popular, o Zoneamento Ecológico-Econômico e dos Territórios Pesqueiros e Costeiro, prevalecendo um equivocado e injusto modelo de desenvolvimento que favorece o capital em detrimento da natureza e dos povos tradicionais. Diversos resorts de alto luxo e poder aquisitivo tem sido licenciados ilegalmente no nosso litoral destruindo restingas e expulsando de suas terras as comunidades tradicionais.

O Sindicato dos Petroleiros-RJ vem apoiando essas lutas que se expressam de diversas formas e se coloca a disposição para apoiar as iniciativas que busquem a unificação desses pleitos para que a justiça seja de fato feita a esses trabalhadores.

Por outro lado o Sindipetro-RJ chama a participação desses companheiros na luta contra o leilão de Libra previsto para o próximo dia 21 de Outubro, que representará, se efetivado, o maior leilão de nossa história, causando fortes prejuízos econômicos ao país limitando enormemente seu desenvolvimento econômico e social.

Em primeira reunião foi discutido essas questões, além da luta dos pescadores da Baía de Sepetiba contra a siderúrgica alemã TKCSA, sendo convocada uma próxima reunião para esta sexta feira (11), no acampamento montado pelos petroleiros e os movimentos sociais em frente à sede da Petrobras na Av. Chile. A reunião será às 14h e dará continuidade a essa discussão e à construção de uma agenda de lutas unificadas em favor dos Direitos das populações tradicionais e por um outro modelo de desenvolvimento menos predatório e excludente.

Contamos com sua participação.

Comments (2)

  1. Oi Tania, voce tem contato com alguem do sindicato dos petroleiros e também do movimento dos pescadores artesanais?
    bjs
    Sandra

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