Claret Fernandes: “A letra da chibata”

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Em nova crônica, Claret Fernandes tenta decifrar o caderno de preços divulgado pela Norte Energia para fins de indenização dos atingidos por Belo Monte. E conclui: “Por essa fórmula, não seria absurdo do ponto de vista ‘técnico’ que o atingido, expulso sumariamente de sua casa, ainda ficasse devendo para a empresa.”

Por Antônio Claret Fernandes*

Conta-se que um fazendeiro em MG, com quase uma centena de agregados e grande criação de porcos, fazia o acerto com o camponês a cada ano. Durante doze meses, o trabalhador e sua família estavam à disposição da fazenda e, no seu armazém, buscavam o seu alimento. Na época do cultivo, o trabalhador dispunha de um tempo, alguns dias por semana, para tocar a roça plantada à meia: milho, feijão e arroz! Após a colheita, toda a produção ia para o terreiro da fazenda. Depois de dividida, o fazendeiro chamava o coitado do agregado ao escritório, pegava uma caderneta  e começava a fazer as contas. (mais…)

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CE – Fazenda em Chorozinho é desapropriada para reforma agrária após decisão do STF

Incra – Quando duas oficiais de justiça chegaram, na manhã desta quarta-feira (28), à fazenda Dulcinéia, em Chorozinho, a 64 km de Fortaleza, as famílias acampadas tiveram o sinal de que podiam entrar no imóvel rural. Então seguiram em procissão até a casa sede onde, enfim, participaram do ato de transmissão de posse da fazenda ao Incra/CE. Era o fim de uma espera que durou três anos. A desapropriação da fazenda pôde ser concluída depois que uma decisão favorável do mesmo STF, tomada no último dia 1o, permitiu à autarquia realizar a posse legal da área e encerrar o conflito agrário na região.

Na solenidade as famílias comemoraram o acesso à terra com música e discursos emocionados. Representantes dos acampados foram convidados a assinar o termo de posse como testemunhas e entregaram medalhas de “Colaboradores da Reforma Agrária” a pessoas que contribuíram para a desapropriação da área.

Dulcinéia agora será um assentamento de reforma agrária para 20 famílias, nomeado de Agroverde pela comunidade, que deseja produzir alimentos através de um cultivo sustentável e sem uso de agrotóxicos. A área tem potencial para produção de mandioca e prática da cajucultura, bastante forte nesta região do Ceará. A criação de cabras, gado e abelhas também estão entre outras opções de geração de renda para as famílias, segundo laudo de vistoria produzido pelo Incra. (mais…)

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Rodovia em MT é bloqueada pelo 4º dia seguido por integrantes do MST

Manifestantes bloqueiam trecho da BR-163. (Foto: Reprodução/TVCA)
Manifestantes bloqueiam trecho da BR-163.
(Foto: Reprodução/TVCA)

Coordenador do movimento diz que situação teve pequenos avanços. Incra deve pedir a reintegração de posse da sede do órgão, em Cuiabá.

Do G1 MT

Por volta das 7h da manhã dessa quinta-feira (29), os integrantes do Movimento Sem Terra (MST), voltaram a bloquear, pelo quarto dia consecutivo, um trecho da rodovia BR-163, próximo ao município de Cláudia, a 608 km de Cuiabá, no norte de Mato Grosso. A sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital mato-grossense, também continua ocupada. De acordo com José Vieira, coordenador estadual do movimento, a negociação teve alguns avanços, mas nenhuma resposta concreta foi dada pelo órgão.

“Os avanços não foram em relação aos pontos principais. O Incra fez uma solicitação à Brasília, para a liberação de um recurso de parcelamento dos assentamentos, mas estamos esperando a resposta deles”, contou José. Ele se mantém com a posição tomada nos dias anteriores, quando é convicto ao dizer que a rodovia e o órgão não serão liberados sem que haja uma resposta favorável ao movimento. A assessoria do Incra confirma a versão de que uma solicitação foi feita, mas também esclarece que em breve deve pedir à Procuradoria Geral do Estado a reintegração de posse do prédio da entidade. (mais…)

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Grito dos Excluídos promove coletiva de imprensa amanhã (30)

grito_dos_excluidos_2013Na próxima sexta-feira (30) de agosto, será realizada a coletiva de imprensa do 19° Grito dos (as) Excluídos (as), às 14h, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Sul I, em São Paulo. O lema desse ano, “Juventude que Ousa Lutar Constrói o Projeto Popular”, traz a necessidade de toda a sociedade brasileira, sobretudo a juventude, se manifestar e lutar em torno de um Projeto Popular.

Estarão presentes na mesa Dom Pedro Luiz Stringhini, da CNBB, Liciane Andrioli, da Coordenação Nacional do Grito, Eduardo Paludette, da 26° Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, Marcelo Naves, do Instituto Paulista de  Juventude e Anderson Lopes Miranda, do Movimento Nacional dos Moradores de Rua, que apresentarão a temática da jornada deste ano, que traz o lema “Juventude que Ousa Lutar Constrói o Projeto Popular”.

Para o Grito dos Excluídos, este é um momento importante da conjuntura nacional, tornando-se cada vez mais necessário que toda a sociedade, sobretudo a juventude brasileira, se manifeste e lute em torno da construção de um Projeto Popular para o Brasil. (mais…)

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RN – Carta aberta da CODEPEME à governadora Rosalba Ciarlini

Comissão de Defesa dos Direitos dos Moradores Atingidos pela Obra da Barragem – CODEPEME divulga carta aberta enviada à Governadora Rosalba Ciarlini, construída durante reunião em Caicó. Leia abaixo à carta na íntegra.

NO PONTAPÉ NÃO SAIREMOS!

“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada.
Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.”
Cora Coralina

À Exmª. Srª. Rosalba Ciarlini
Governadora do Estado do RN

Nós, agricultores/as, organizações, igrejas, movimentos sociais e sindicais que compomos a CODEPEME – Coordenadoria de Defesa dos Direitos dos Moradores Atingidos pela Obra da Barragem, reunidos no centro pastoral Dom Wagner, em 23.08.2013, ficamos surpresos em saber que apenas os proprietários do eixo da barragem de Oiticica foram desapropriados e que as obras já começaram.

Ficamos mais surpresos ainda com a ausência de diálogo por parte do governo estadual com as populações que moram na área da barragem. Esta postura parece ser marca da gestão atual do Governo do Estado. Causa-nos surpresa, também, que as mobilizações e revoltas populares que se espalham pelo Brasil afora não tenham mudado a postura fechada e antidiálogica do governo estadual.

Nós, da CODEPEME, somos um movimento social autônomo, horizontal e apartidário, composto por agricultores familiares, produtores rurais da bacia da barragem, Igrejas, Associações, ONGS, STTRs, Entidades civis diversas que representam e defendem os direitos dos atingidos com a construção da barrarem. (mais…)

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Aldeia do Amapá vai ter título de patrimônio cultural revisto pelo Iphan

Índios Wajãpi ganharam título com pintura corporal e arte gráfica da aldeia. Instituto pretende saber se cultura é mantida pela comunidade.

Abinoan Santiago, do G1 AP

A cultura indígena Wajãpi, no Amapá, vai passar por processo de revalidação do título de Patrimônio Cultural do Brasil. Em 2002, os respectivos indígenas ganharam a titulação com a Arte Kusiwa, que se caracteriza em pintura corporal e arte gráfica praticada na comunidade. A revalidação é realizada uma vez a cada 10 anos por uma empresa sem fins lucrativos, contratada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

De acordo com o Censo Indígena de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Amapá existem 874 índios Wajãpi, que vivem em Oiapoque, a 574 quilômetros de Macapá.

A intenção do Iphan, segundo a superintendente do órgão no Amapá, Juliana Morilhas, é saber se a cultura foi mantida na comunidade indígena desde a titulação, há 10 anos. (mais…)

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CE – ‘Ocupação do Cocó ensina a todos uma práxis política radicalmente voltada ao interesse coletivo’

image002Gabriel Brito – Correio da Cidadania

Em meados de maio, o mundo se assombrou com as cenas de multidões ocupando as ruas de Istambul por conta das intenções do governo em acabar com um parque que representa uma das últimas áreas verdes da metrópole do Bósforo. Assim como se veria no Brasil, no mês seguinte, foi a fagulha necessária para que a população despertasse, reivindicando uma série de direitos sociais descuidados pelos Estados neoliberais.

Pois, após a grande onda de mobilizações que contaminou o Brasil em junho, a cidade de Fortaleza, uma das expoentes do momento de ascensão da luta popular, encontrou seu próprio Parque Gezi, no caso, o Cocó – que, a exemplo do espaço verde na capital turca, virou alvo da sanha de governos e empreiteiras. (mais…)

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Retrocesso na mesa de negociação, por Egon Heck

CIMI – Em sua quinta reunião, realizada nesta terça-feira (27), a Mesa de Diálogo tão decantada pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, transformou-se numa mesa de decepção e retrocesso.

Logo no início, os representantes do governo do estado do Mato Grosso do Sul deixaram clara a mudança de posição em relação à Terra Indígena Buriti ao anunciarem que “Não existe mais terra a ser comprada com os Títulos da Dívida Agrária. Portanto, nada a ser feito em relação aos 16 mil hectares que seriam comprados pelo governo federal e pagos pelo governo estadual”.

Isso mostra claramente que não existe interesse por parte do estado em resolver o problema. Uma das presentes, que não é membro da Comissão, teria logo acrescentado “temos que ir para o plano B”. Ou seja, o único caso que parecia estar próximo de ser resolvido retrocedeu e na próxima reunião, daqui a 15 dias, a assessoria jurídica terá de apresentar uma outra alternativa. Outros prazos e propostas postergarão indefinidamente qualquer solução efetiva. “Tudo voltou à estaca zero”, afirmaram as lideranças participantes e o próprio ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Levantamentos feitos pelo juiz Odilon de Oliveira apontam mais de 300 mil hectares de terra no Mato Grosso do Sul em poder do narcotráfico. Existem também terras públicas da União. O que, de fato, precisa ser feito é um levantamento fundiário imparcial das terras no estado que possa apresentar as terras disponíveis, de modo, que as soluções necessárias para garantir as terras indígenas neste estado sejam encaminhadas. (mais…)

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“Não há dengue em Cuba”

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Ceramides Almora Carbonell (Foto: Najla Passos)

A médica cubana Ceramides Almora Carbonell, 42 anos, falava emocionada da recepção calorosa dos brasileiros, quando concedeu entrevista à Carta Maior nos corredores da Fiocruz, em Brasília, onde médicos brasileiros e estrangeiros que irão atuar no Programa Mais Médicos participam de um curso de formação. Na entrevista à Carta Maior, ela fala sobre sua experiência como médica e sobre a situação da saúde em seu país

Najla Passos – Carta Maior

Brasília – A médica cubana Ceramides Almora Carbonell, 42 anos, ainda falava emocionada da recepção calorosa dos brasileiros, quando a encontrei nos corredores da Fiocruz, em Brasília, onde médicos brasileiros e estrangeiros que irão atuar no Programa Mais Médicos participam de um curso de formação. Ela nasceu em Guane, um pequeno município de 35 mil habitantes na província de Pinar del Rio, famosa pela produção dos charutos cubanos. Aos 5 anos, mudou-se para a capital, onde cursou o estudo básico e médio. Com 17 anos de prática médica e experiências internacionais em Honduras e Bolívia, está divorciada há dois anos e não possui filhos. Decidi iniciar por aí nossa entrevista. (mais…)

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