Aldeia do Amapá vai ter título de patrimônio cultural revisto pelo Iphan

Índios Wajãpi ganharam título com pintura corporal e arte gráfica da aldeia. Instituto pretende saber se cultura é mantida pela comunidade.

Abinoan Santiago, do G1 AP

A cultura indígena Wajãpi, no Amapá, vai passar por processo de revalidação do título de Patrimônio Cultural do Brasil. Em 2002, os respectivos indígenas ganharam a titulação com a Arte Kusiwa, que se caracteriza em pintura corporal e arte gráfica praticada na comunidade. A revalidação é realizada uma vez a cada 10 anos por uma empresa sem fins lucrativos, contratada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

De acordo com o Censo Indígena de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Amapá existem 874 índios Wajãpi, que vivem em Oiapoque, a 574 quilômetros de Macapá.

A intenção do Iphan, segundo a superintendente do órgão no Amapá, Juliana Morilhas, é saber se a cultura foi mantida na comunidade indígena desde a titulação, há 10 anos.

“O edital para contratação de pessoa jurídica sem fins lucrativos foi lançado em 20 de agosto de 2013. A equipe contratada vai até a aldeia documentar o objeto de pesquisa com áudios, fotos e vídeos para verificar se eles mantém a cultura. A previsão é de que essa revalidação seja apreciada neste ano”, informou Juliana.

O resultado da consulta das equipes técnicas à aldeia no Amapá será submetido ao Consultivo do Patrimônio Cultural, que dará um parecer sobre a manutenção do título. Caso a revalidação seja negada, será mantido apenas o registro. Mas, para Juliana Morilhas, os índios Wajãpi têm grandes chances de continuarem com o título de Patrimônio Cultural do Brasil.

“O trabalho desenvolvido pelos Wajãpi ao longo desses 10 anos rendeu bastante frutos, então achamos que vai ser revalidado. Quando uma comunidade tem a titulação, ela tem um Plano de Salvaguarda, que são ações para preservação do bem”, comentou Juliana.

A Arte Kusiwa é um sistema de representação gráfica próprio dos povos indígenas Wajãpi, do Amapá. Ele refere-se ao modo particular de conhecer, conceber e agir sobre o universo. Como Patrimônio Cultural do Brasil, a arte foi inserida no Livro de Registro das Formas de Expressões, em 2002.

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