“Indígenas ‘desaldeados’ perdem barracos em incêndio”

Nota: Veja, no final, endereço e telefones indicados pelo Conselho da Aty Guasu para envio de doações. TP.

Casal Guarani-Kaiowá de Apyka'i estava em uma roça de milho no momento do incêndio. Perdeu tudo
Casal Guarani-Kaiowá de Apyka’i estava em uma roça de milho no momento do incêndio. Perdeu tudo

Indígenas que moram às margens da BR-463, em Dourados, tiveram os barracos destruídos; muitos ficaram apenas com a roupa do corpo

Por Leonel Jonas em Dourados Agora

Vários indígenas que moram às margens das rodovias tiveram os barracos queimados durante o incêndio de quinta-feira. Muitas famílias não tiveram ao menos tempo de retirar as coisas que estavam dentro de suas casas. Barracos de lonas, sapé e madeira foram consumidos pelas chamas.

Vários indígenas ficaram desabrigados. Agentes do Ministério Público Federal (MPF) foram até os acampados às margens da BR-463, próximo ao trevo de Laguna Carapã. Os índios reclamaram aos agentes da falta de ajuda por parte da Fundação Nacional do Índio (Funai).

No local, eles detectaram que várias casas de lona e sapé tinham sido destruídas. Em contato por telefone com o procurador federal do MPF, Marco Antônio Delfino, os agentes avisaram sobre a situação. Ele também foi informado que os indígenas reclamavam da ausência da Funai. O agente disse que o procurador acreditava que a Funai já estava atendendo os indígenas no local. Ele disse, ainda, que vai entrar em contato com o órgão para que providências sejam tomadas.

Uma das famílias que perdeu tudo foi a de Roberto Lopes. O barraco onde morava com a esposa foi totalmente destruído. Ele disse que estava com a esposa catando milho no chão em uma roça no momento do incêndio. “Não sobrou nada, somente a roupa do corpo. Cama, colchão, coberta um restinho de comida e algumas coisas que tínhamos em casa como panelas foi tudo queimado. Não sabemos o que vamos fazer por conta de não termos condições de comprar nada”, relata Roberto.

A mulher dele estava muito abalada. Enquanto a equipe de reportagem estava no local ela chorava muito. Outra família que se encontra na mesma situação é de Roseana de Caseres.

Ela teve dois barracos queimados. Um servia de cozinha e o outro de quarto onde ele dormia com mais sete filhos. Emocionada, a mãe pede roupas para os filhos, que têm idade entre 12 de dois anos.

Outra senhora que também teve problemas com o barraco foi Damiana Cavanha. Ela disse, ainda, que as famílias daquela região sofrem com a falta de auxílio.

“Vivemos sem ajuda nenhuma. Nesse acampamento [margens BR-463] há muitas crianças passando fome, frio e outras necessidades. Se chover vai molhar muitos barracos, por conta das lonas que a Funai fornece ser muito ruim”, denunciou a senhora.

(…) Os indígenas desaldeados que sofrem com o incêndio estão acampados entre a Embrapa e o trevo de acesso a Laguna Carapã.

Atenção: na matéria são dados números de telefones para ligações por pessoas interessadas em fazer doações. Omito-os, entretanto, na medida em que o pedido do Conselho da Aty Guasu é para que toda a ajuda seja dirigida para:

COORDENAÇÃO REGIONAL DOURADOS – MS 
FUNDACÃO NACIONAL DO INDIO
AV MARCELINO PIRES NR 5255
Dourados – MS
CEP: 79833-000
Telefone: 3424-9056 Ramal: 0207
Telefone: 3424-9733 Ramal: 0212
Fax: 3424-6561

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