Prefeito pede na Justiça reintegração de posse da área do Parque do Cocó

Grupo permenece acampado no Cocó em protesto contra obras (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
Grupo permenece acampado no Cocó em protesto
contra obras (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Se pedido for aceito pela Justiça, construção dos viadutos será retomada. Representantes da Igreja se reuniram com manifestantes nesta terça-feira.

Do G1 CE

O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, afirmou nesta terça-feira (20) ter entrado na Justiça com um pedido de reintegração de posse da área do Parque do Cocó, em Fortaleza. No local, cerca de 40 manifestantes estão acampados há 40 dias em protesto contra a decisão da Prefeitura de Fortaleza de construir dois viadutos na confluência das avenidas Antônio Sales e Engenheiro Santana Júnior, no Bairro Cocó. Segundo o prefeito, caso o pedido seja atendido, as obras deverão ser retomadas.

Durante reunião entre o Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) e órgãos de segurança do estado e do município de Fortaleza realizada na sexta-feira (16), foi feita uma recomendação à Prefeitura de Fortaleza para que a retirada dos manifestantes seja feita apenas com mandado judicial.  De acordo com o MPF-CE, a ação de desocupação do Parque do Cocó deverá ser realizada pela Polícia Militar com acompanhamento de promotores de justiça do Ministério Público Estadual (MP-CE).

Em entrevista a uma emissora de rádio de Fortaleza, o prefeito disse acreditar em uma saída pacífica para o impasse, mas também alertou para a necessidade da retomada das obras no menor espaço de tempo possível. “Há recursos público nessa obra e, cada vez que se demora, isso representa perda de dinheiro. Omissão também é prevaricação do poder público e não podemos prevaricar. Minha função é cumprir a lei e a vontade majoritária da população”, afirmou.

O prefeito também lamentou o que chama de “interesses político-partidários” das pessoas que estão acampadas. “Ali estão agentes públicos filiados a partidos de oposição. Há ambientalistas bem intencionados lá? Sim. Mas estes são minoria. A maioria dos que estão lá são filiados a partidos de oposição do nosso governo e que não querem ver a nossa cidade andar”, declarou.

Arquidiocese
Na manhã desta terça-feira, a Arquidiocese de Fortaleza enviou três representante da Igreja  para conversar com o grupo de manifestantes acampados no Parque do Cocó. O bispo auxiliar Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos e os padres Pietro Luís Sartorel, diretor do Centro de Estudos Bíblicos, e Emílio José Castelo Ferreira, diretor do Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese, conheceram o acampamento e ouviram os relatos dos manifestantes.

Segundo o bispo auxiliar de Fortaleza, Dom José Gomes de Vasconcelos, a visita se deu para ouvir as razões dos manifestantes a fim de colher subsídios a uma possível mediação que possa ser requerida pelo poder público. “Estamos no aguardo de ambas as partes para ajudar na mediação dos conflitos”, diz. Para o bispo, no acampamento estão pessoas sérias que se preocupam com o destino da cidade. “Não se trata de vândalos. É um movimento legítimo de pessoas que têm opinião diferente e na sociedade democrática todos têm o direito de manifestar a suas ideias”.

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