SP – Atenção: Ato-Debate Desmilitarização da Polícia e da Política foi adiado para o dia 22, às 16 horas

Ato pela desmilitarização

Quem matou Ricardo? Aonde está Amarildo?? Toda solidariedade a Latuff! Fim de toda forma de repressão! Desmilitarização da Polícia e da Política Já!

Na quarta feira, 31/07, Ricardo Ferreira Gama – funcionário terceirizado da Unifesp Baixada Santista – após responder a uma ofensa feita a ele, foi agredido pela polícia em frente da Unidade Central,na Rua Silva Jardim. Alguns estudantes agiram verbalmente em defesa de Ricardo e foram ao 1º DP, onde os policias afirmaram que levariam o funcionário.

Chegando lá, os estudantes foram informados que Ricardo fora levado ao 4º DP. E no 4º DP, que ele estaria na Santa Casa. Ou seja, eles estavam sendo despistados. De volta da Santa Casa, onde realmente estavam os policias e o funcionário, foram avisados pelos próprios policias que cometeram a agressão que o rapaz tinha sido liberado e que estava tudo resolvido. Ele não teria feito Boletim de Ocorrência, pois “admitiu” que não fora agredido.

Um dos estudantes quis, ele próprio, abrir um Boletim de Ocorrência e,a partir disso, começou a ser intimidado pelos policiais. Assustados, os estudantes foram embora sem abrir o B.O.

Chegando na Unifesp, os estudantes foram procurados por Ricardo, que disse ter sido procurado em sua casa pelos policiais dizendo que se estudantes não parassem de ir à delegacia, eles “resolveriam de outro jeito”.

Na quinta-feira (01/08) à noite viaturas com homens não fardados de cabeça para fora rondavam a Unifesp. Pessoas também chegaram a ir pessoalmente na Unifesp pedir a funcionários vídeos que estudantes teriam feito da agressão, e disseram que se ele não entregassem,“seria pior”.

Pois, mesmo com o passo atrás em relação ao Boletim de Ocorrência e sem nenhum vídeo publicado, na madrugada de quinta para sexta-feira (02/08) quatro homens encapuzados mataram Ricardo na frente de sua casa, com oito tiros.

O Caso do Ricardo é um caso igual a milhares de outros que acontecem nas periferias do Brasil. Ricardo aqui, Amarildo no Rio e mais uma infinidade de Ricardos e Amarildos diariamente somem, são assassinados sem que saibamos quem assassinou.

O que fica evidente é que existe uma crescente violência estatal, que a pratica direta ou indiretamente; violência essa que foi sendo estruturada no estado brasileiro no período da ditadura militar, que construiu estruturas como a da Policia Militar, dentro da doutrina de segurança nacional, que consolida um olhar de uma força que tem como perspectiva atuar contra o inimigo.

Em se tratando de um órgão da segurança pública e não de força para garantir a segurança externa, a PM passa então a atuar dentro da sua doutrina de origem, que é contra o inimigo, passando toda a população a ser potencial inimigo. E efetivamente a atuação da PM tem essa perspectiva, elegendo como os seus principais inimigos os trabalhadores e, em particular, a juventude pobre negra das periferias do Brasil.

A ação vai além, passando a PM a monitorar e agir contra os movimentos populares, atuando para evitar a justa ação daqueles que se organizam para cobrar um mundo melhor (movimentos de trabalhadores que lutam pela terra, pela moradia, indígenas, quilombolas, trabalhadores, juventude, entre outros) e são alvos constantes da ação desse órgão de segurança pública.

Nos últimos tempos, tem sido permanente a ação individual contra militantes que denunciam a ação da policia, como é o caso de Marcia Honorato, o jornalista André Caramante e agora mais recente o cartunista Carlos Latuff.

Nesse momento em que o País exige o fim da repressão, temos que exigir o fim da PM , temos que desmilitarizar a Polícia, para que a política possa ser desmilitarizada, para que possamos construir uma sociedade Justa, Solidária e Fraterna, para que possamos ser livres e amar!

Tribunal Popular da Desmilitarização

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