MG – Após 40 anos, exumação pode esclarecer morte de militante que lutava contra a ditadura militar

Foto: Alex de Jesus
Fotos: Alex de Jesus

Viúva tinha esperanças de que militares revelassem como se deu a morte do marido durante depoimentos da Comissão da Verdade; família acredita que ele tenha sido torturado

Aline Diniz/ Jhonny Cazetta, O Tempo

O corpo de um militante do Partido Comunista do Brasil (PCB) morto em 15 de março de 1973, durante a ditadura militar, foi exumado, na manhã desta segunda-feira (12), no cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte. A família de Arnaldo Cardoso Rocha espera esclarecer as circunstâncias da morte do integrante da Ação Libertadora Nacional (ALN).

Na época, o relatório do regime informou que Rocha, de 23 anos, morreu durante uma troca de tiros com policiais. Entretanto, a família acredita que ele tenha sido vítima de tortura.

A viúva de Rocha, Yara Xavier Pereira, que também participava da ANL, tinha a esperança de que os militares contassem o que acontecera com seu marido durante depoimentos da Comissão Nacional da Verdade, porém, isso não aconteceu. Essa comissão foi criada por lei e instituída em 2012 com intuito de apurar graves violações de Direitos Humanos ocorridos entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988.

exumaçãoYara decidiu, então, entrar com um pedido de investigação na Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. “Decidi em 2011 realizar o pedido para esclarecer verdade”, disse. Yara acompanhou, nesta manhã, a exumação do corpo.

O médico Marco Aurélio Guimarães, da Universidade de São Paulo (USP) coordena os trabalhos, entretanto, ainda não há prazo para que o laudo da perícia fique pronto.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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