Por Aldir Dantas
A indicação do Grupo Suzano Papel Celulose para compor o Conselho Consultivo do Parque Nacional da Chapada das Mesas faz parte de uma estratégia política em que estão envolvidos muitos atores destruidores do meio ambiente em busca de interesses pessoais. Infelizmente, o Maranhão vem sendo entregue criminosamente à destruição pelo capitalismo selvagem. O Grupo Suzano Papel Celulose vem, com conivência do Governo do Maranhão, adquirindo grandes áreas para o plantio de eucalipto.
Para que tenha uma dimensão dos avanços do grupo predador, de Imperatriz a Timon, já tem milhares de hectares de terras adquiridos legalmente ou não como reservas para o eucalipto, tendo em alguns já executado toda sua voracidade. São 41 municípios que começam a experimentar todas as desgraças impostas às milhares de famílias dos 09 municípios da região do Baixo Parnaíba, muitas das quais continuam sendo vítimas de questionamentos sórdidos.
Os problemas não foram maiores devido as presenças constantes da Igreja Católica, da FETAEMA, do Fórum Carajás, da CPT e várias outras entidades da própria região, as quais têm enfrentado na justiça todos os favorecimentos que são dados ao Grupo Suzano. Frutos nativos do cerrado, como o piqui e o bacuri, estão praticamente dizimados e muitos babaçuais estão cedendo espaços para o eucalipto.
Um problema da maior seriedade, que já foi denunciado ao Ministério Público, reside na proteção vergonhosa que o Governo do Maranhão dá ao Grupo Suzano Papel Celulose, através do ITERMA, permitindo que terras devolutas no Baixo Parnaíba continuem incorporadas ao patrimônio do grupo paulista, quando elas por direito deveriam servir para a implantação de projetos de reforma agrária. Agora como membro titular do Conselho Consultivo do Parque Nacional da Chapada das Mesas, com certeza, o Grupo Suzano Papel Celulose terá maior respaldo para barganhas e até mesmo meios de pressão para a ampliação dos seus tentáculos.
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Compartilhada por Edmilson Pinheiro.