Impasse barra enterro de indígena assassinado por jagunço em Mato Grosso do Sul

paranhos matogrossodosulNotas: (1) como estou escrevendo desde ontem, o “indígena” tinha e tem, mesmo morto, um nome. Chamava-se Celso Rodrigues, Guarani Kaiowá da aldeia Paraguassú, Terra Indígena Takwarity/Ivykwarusu, município de Paranhos, MS; (2) embora eu despreze esse tipo de “carteirada”, há casos em que se faz justificável: Tonico Benites é, além de Guarani-Kaiowá, antropólogo e doutorando no Museu Nacional/UFRJ; e (3) com certeza ele não só acentuaria corretamente a palavra “intérprete” como saberia escrever “indigenista” etc. (Tania Pacheco) 

Família quer que vítima seja enterrada na fazenda onde o crime ocorreu. Dono da propriedade pede que sepultamento seja perto do limite com aldeia.

G1 MS

O indígena de 34 anos morto em uma emboscada em Paranhos, a 477 quilômetros de Campo Grande, ainda não foi enterrado e  está sendo velado na casa da família. O motivo, segundo o  tradutor e interprete [sic] da Assembleia Geral dos Guarany-Kaiwá, Tonico Benites, é que a família pede que o enterro seja na fazenda onde o crime aconteceu e espera decisão sobre o assunto.

Benites disse ao G1 que o dono da propriedade participou de uma reunião com representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério Público Federal (MPF), Conselho Indiginista [sic] Missionário (Cimi) sobre o assunto nesta sexta-feira (14).

Segundo informações da TV MORENA, ele permite que o homem seja enterrado dentro da propriedade [???], desde que seja em um local perto do limite com a aldeia Paraguassu [sic], onde morava a vítima.

Representantes do Ministério Público Federal (MPF) devem ir até a comunidade indígena conversar com os parentes do indígena para saber se eles aceitam fazer o enterro nessas condições.

Emboscada

O crime aconteceu na quarta-feira (12). O indígena estava a caminho da propriedade para receber pagamento por serviços prestados. Ele estava acompanhado pelo pai, que relatou à polícia que os dois foram abordados por um homem encapuzado que usou uma espingarda e uma pistola para atirar.

Durante buscas na fazenda, foram apreendidos oito cartuchos de munição calibre 28, uma espingarda e um capacete. O dono dos objetos, funcionário do local, foi preso por porte ilegal de arma de fogo e foi apontado como suspeito para o homicídio.

Não foi estipulada fiança por conta das investigações. O homem [jagunço que também tem nome conhecido] será transferido para a delegacia de Sete Quedas. Foi descartada pela polícia a hipótese de que a morte tenha sido provocada por conflito agrário.

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