A expansão do capitalismo no campo e a desnacionalização do agrário no Brasil, por Horacio Martins de Carvalho[1]

Terras divididasCuritiba, junho de 2013

O agronegócio e a acumulação via espoliação[2] dos recursos naturais

O capital financeiro no campo procura otimizar seus lucros ao incrementar seus investimentos em grandes empresas capitalistas a partir de estratégias de negócios nos setores agroalimentar e florestal e na aquisição e ou arrendamento de terras.

As opções empresariais por eles consideradas como promissoras para ampliar a acumulação capitalista pela via da espoliação são as estratégias burguesas de concentração da terra, da produção agropecuária e florestal em larga escala, do monocultivo e da busca de um produtivismo insano que lhes induz ao uso intensivo de agrotóxicos, de hormônios, de herbicidas e de sementes híbridas, transgênicas e mutagênicas, além de exercitarem hodiernamente o desprezo sociocultural pelos povos do campo e a desterritorialização dos camponeses. E tudo isso numa tendência crescente de desnacionalização consentida do agrário brasileiro.

Esses processos se dão pela reprodução e aprimoramento histórico das práticas da burguesia mercantil e depois financeira de pilhar os recursos naturais do país, degradá-los e poluí-los, e de promover, pela pressão da grilagem e ou da aquisição das terras dos povos do campo, o esvaziamento populacional do campo sempre e quando a presença camponesa deixa de ser orgânica aos seus interesses de classe. (mais…)

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Nota do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher sobre a aprovação do Estatuto do Nascituro

cndmSecretaria de Políticas para as Mulheres – O Conselho Nacional dos Direitos da Mulher manifestou a parlamentares da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal, na manhã de quarta-feira (05/06), seu posicionamento pela rejeição da proposta do Estatuto do Nascituro (PL 478/2007).

O Estatuto do Nascituro viola os direitos das mulheres e descumpre preceitos constitucionais de previsão e indicação de fonte orçamentária, objeto de discussão naquela Comissão.

É lamentável que as mulheres sejam, mais uma vez, vítimas da legitimação da violência perpetrada contra elas. O projeto dificulta o acesso das mulheres aos serviços de aborto previsto em lei, nos casos de risco de vida à gestante, estupro e gravidez de feto anencéfalo. (mais…)

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Brasil tem 428 processos por tráfico de pessoas e trabalho escravo, diz CNJ

Jornal GGN* – Um levantamento feito nos Tribunais Regionais Federais (TRFs) revela que 428 processos de tráfico de pessoas e trabalho escravo seguem em tramitação no país.  As ações fazem parte de um total de 1.163 processos feitos entre 2005 e 2012.

O levantamento feito a pedido do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) foi usado como subsídio para o 1º relatório sobre o Tráfico de Pessoas no Brasil, elaborado pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça, em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). O documento revelou a existência de 475 vítimas do tráfico no Brasil entre 2005 e 2011.

De acordo com o CNJ, a maior índice de crimes apresentados aos tribunais foi o de Condição Análoga à de Escravo. Desde 2005, foram distribuídos 317 casos desse tipo de exploração nos cinco tribunais federais. No mesmo período, os números de processos iniciados sob suspeita de tráfico interno e internacional de pessoa foram de 73. (mais…)

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Congresso promete acelerar projetos contra homofobia e por pessoas com deficiência

Maria do Rosário afirmou no evento com Calheiros e Alves que a pessoa com deficiência não é percebida em seus direitos
Maria do Rosário afirmou no evento com Calheiros e Alves que a pessoa com deficiência não é percebida em seus direitos

Presidentes da Câmara e do Senado se comprometem com ministra Maria do Rosário a concluir este ano tramitação de propostas que promovem direitos humanos

por Redação RBA

São Paulo – Os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prometeram votar este ano o Projeto de Lei 7.699, de 2006. conhecido como Estatuto das Pessoas com Deficiência. Durante reunião com a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Calheiros se comprometeu ainda a acelerar a tramitação do Projeto de Lei 122, de 2001, que transforme em crime a homofobia. (mais…)

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Trabalhadores são libertados da escravidão em obra de festa junina no Maranhão

Trabalhadores dormiam em redes nos alojamentos de palha e chão de terra batida (Fotos: MTE)
Trabalhadores dormiam em redes nos alojamentos de palha e chão de terra batida (Fotos: MTE)

Ao todo, 25 pessoas que erguiam barracas do Arraial da Lagoa, festividade de São Luís sob responsabilidade do governo estadual, estavam em condições degradantes

Por Stefano Wrobleski – Repórter Brasil

Uma operação conjunta do Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) flagrou na semana passada 25 trabalhadores em condições análogas às de escravo em obras para a festa junina de São Luís, capital do Maranhão. Os libertados se encontravam em condições degradantes de trabalho, eram do interior do estado e haviam sido contratados no início de maio para a construção das barracas do Arraial da Lagoa, que vai sediar as festividades. Entre os escravizados havia um adolescente de 17 anos. (mais…)

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Comunidades ribeirinhas terão situação fundiária regularizada no Amazonas

As medidas anunciadas pela Superintendência do Patrimônio da União devem beneficiar os ribeirinhos do Amazonas (Euzivaldo Queiroz)
As medidas anunciadas pela Superintendência do Patrimônio da União devem beneficiar os ribeirinhos do Amazonas (Euzivaldo Queiroz)

Superintendência do Patrimônio da União no Amazonas vai entregar 1,8 mil títulos de posse de terra a famílias que vivem há décadas nas várzeas, áreas do governo federal

Florêncio Mesquita – A Crítica

Até o final do ano a Superintendência do Patrimônio da União no Amazonas (SPU-AM) entregará mais 1,8 mil títulos de posse da terra a ribeirinhos que vivem em comunidades tradicionais no Amazonas. A entrega faz parte do conjunto de ações que a SPU está realizado para promover a regularização fundiária de áreas de várzea no Estado. (mais…)

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Agricultura Familiar terá R$ 39 bilhões em investimentos para a nova safra

Plano Safra 2013/2014 visa aprimorar a política para o campo e promover o desenvolvimento

SECOM – A partir da próxima safra, a agricultura familiar vai contar com recursos de R$ 39 bilhões, destinados ao conjunto de medidas do governo federal para o setor. O Plano Safra 2013/2014, lançado nessa quinta-feira (6), aprimora a política para o campo e promove o desenvolvimento. “Queremos ampliar a capacidade de investimento na agricultura familiar, para aumentar a produtividade, a tecnologia, a renda e a produção de alimentos”, afirma o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas.

O Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), principal fonte de crédito de custeio e investimento dos produtores, terá o investimento de R$ 21 bilhões – uma expansão de mais de 400% desde 2003. (mais…)

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A nova “guerra justa” aos índios

Quando os donos do poder mobilizam as forças armadas para atacar os mais vulneráveis, uma situação de terrorismo de Estado está em curso. É o que acontece hoje no Brasil

Por Felipe Milanez – Carta Capital

A crise da questão indígena nas últimas semanas ganhou ares dramáticos. Conflitos antigos estão pipocando por todas as partes do Brasil, do Sul à Amazônia. Seja onde se constrói Belo Monte, seja na futura usina São Luiz do Tapajós, seja em fazendas no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, no Paraná, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, no Pará, na Bahia, ou madeireiros em Rondônia e no sul do Amazonas.

De repente todo o campo ganhou ares de fronteira, de velho oeste.

Protestos de indígenas são seguidos por pistolagem, e a polícia agindo para “dispersar” convulsões sociais – agora os ruralistas também estão pedindo o exército. (mais…)

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O Maracanã da gentrificação

Paulo Thiago de Mello* – Do blog Pendura Essa

Eu me lembro, quando estava em Paris, da discussão sobre as reformas das estações do metrô. A prefeitura da cidade encomendou a diferentes escritórios de arquitetos a renovação das plataformas e o que se percebeu foi que as mudanças também visavam a impedir que os sem-teto pudessem transformar os bancos em cama, além de uma série de modificações que tornavam uma prolongada permanência na estação um tanto desconfortável. A ideia era tornar tudo bonito, funcional e moderno, sem dar brecha a usos não planejados pelos gestores para as plataformas. Não adiantou muito, porque as pessoas passaram a dormir deitadas no chão. Mas as mudanças provocaram acaloradas discussões, com opiniões a favor e contra na mídia e nas universidades, e evidenciou-se, mais uma vez, o problema do que fazer com a miséria e a pobreza na cidade.

Em plena era das cidades-mercadorias, em que as metrópoles disputam entre si os fluxos do capital globalizado, seja atraindo turistas ou investimentos em negócios, criar as condições para receber esses recursos tornou-se uma prioridade para as administrações municipais. Questões como violência, miséria, má infraestrutura, transportes, limpeza urbana, mobilidade e sinalização, oferta de serviços, realização de megaeventos, políticas de tolerância zero e choques de ordem viraram prioridade, apoiadas num discurso vertiginoso de desenvolvimento e euforia com a cidade que o cidadão herdará como consequência dessas reformas. (mais…)

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“A fome existe devido a escolhas políticas”

FRANCISCO-MENEZESCamila Nobrega
Do Canal Ibase

Em meados de maio, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês) gerou grande polêmica, ao sugerir a inclusão de insetos na dieta alimentar de populações ao redor do mundo, para reduzir a fome. Segundo o órgão, essa seria uma saída para driblar o crescimento populacional, já que insetos, como gafanhotos e formigas, estariam sendo “subutilizados” na alimentação de pessoas. O argumento se baseia na escassez de comida no mundo. Mas será que o problema é mesmo falta de alimentos? “Não”.

Essa foi a resposta do especialista em segurança alimentar Francisco Menezes, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) e pesquisador do assunto no Ibase há mais de 20 anos. Em entrevista concedida pouco antes de Menezes embarcar para Portugal, onde ficará por seis meses, ele foi taxativo ao dizer: “A fome é sempre uma escolha política. As pessoas passam fome pelo poder de escolha de outros”. (mais…)

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