“Quanto mais adianto a obra, mais perto fico de ser removido”

Por Ciro Barros – A Pública

O operário Jaílson, que vive no entorno do Itaquerão, é símbolo das contradições da Copa: enquanto dá duro para acelerar as obras, corre o risco de ver sua casa no chão

“Aquele primeiro bar ali é do Jaílson, procura ele lá que você vai achar”, me disse, de dentro de seu próprio bar, apontando para a direita, o motorista Pedro Fortunato, o Seu Pedro, figura notória da Comunidade da Paz, em Itaquera, zona Leste de São Paulo. O relógio marcava 17h20, mas a noite já ensaiava aparecer às margens do córrego do rio Verde quando chego ao bar indicado, uma birosca típica de favela, que  toca alto um pagode romântico dos anos 1990 – enquanto estive ali, além dos pagodes de Belo, Alexandre Pires e Revelação, ouvi o rap dos Racionais MC’s e Sabotage. (mais…)

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Antropólogos brasileiros divulgam manifesto sobre demarcação de terras indígenas: “De luzes e trevas”

Constituição 1988Manifesto divulgado em 27/05/2013.
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De Luzes e Trevas: sobre a Constituição Federal e os processos de regularização fundiária entre populações indígenas brasileiras

De maneira flagrantemente parcial, a mídia brasileira tem criminalizado a regularização fundiária de terras habitadas por populações indígenas no país. Para resumir os alarmantes argumentos, a ideia mais comum veiculada é a de que esses processos são artifícios fraudulentos, que transformariam “terras produtivas” e de “gente que trabalha”, em “reservas indígenas”. Para bom entendedor, meia palavra basta, como é de domínio popular.

O que se anuncia é que terras “produtivas” serão tornadas “improdutivas” e, paralelamente a isso, “gente que trabalha” será como que “substituída” por “gente que não trabalha”, isto é, “índios” – como se os índios não trabalhassem ou produzissem. Esta metamorfose perversa é atribuída, em muitos casos, a um suposto concerto criminoso de forças nacionais e internacionais que atuariam em proveito próprio, tendo pouca ou nenhuma relação com os legítimos ocupantes das terras. (mais…)

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Tribunal de Justiça dá “salvo conduto” e fazendeiros podem resistir a invasões [Liberado o faroeste em MS?]

Justiça $De acordo com a notícia abaixo, parece que está liberado o uso de jagunços e pistoleiros no Mato Grosso do Sul. Pelo menos, é essa a interpretação dada na notícia à decisão do desembargador João Maria Lós, de plantão no Tribunal de Justiça na noite de ontem. Como pode ser lido, “a medida dá um salvo conduto aos fazendeiros, que, na prática, podem resistir contra possíveis invasões”. E pior: aparentemente, os “invasores” não seriam apenas indígenas. Segundo o causídico, “Não queremos que ocorra o mesmo que aconteceu com o Ricardo Bacha, quando a própria Polícia Militar tirou o próprio dono da fazenda de dentro da propriedade”. Ou seja: contra a PM também vale? Aliás, curiosa a coincidência que faz com que o Tribunal de Justiça do MS seja tão procurado à noite, nos fins de semana e em feriados pelos “produtores rurais e seus rábulas”! Aí vai a notícia e, em seguida, cópia do despacho. (Tania Pacheco)

Por Vinícius Squinelo, em midiamaxnews

O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) concedeu, na noite desta quinta-feira (6) um habeas corpus a três donos de propriedades rurais não ocupadas na região de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande. A medida dá um salvo conduto aos fazendeiros, que, na prática, podem resistir contra possíveis invasões.

Nesta quinta os indígenas se comprometerem, após reunião com a Força Nacional, a não invadirem nenhuma outra propriedade. Mesmo assim, o desembargador João Maria Lós, em regime de plantão, concedeu o HC dando salvo conduto a Aroldo Ferreira Júnior, Antônio Marcos Corrêa e Leonardo Palmieri.

Segundo a decisão, os três têm assegurado salvo conduto frente a “constrangimentos ilegais” e possíveis “abusos a ser praticados”. Eles são donos das fazendas Furnas da Estrela e Vassouras. (mais…)

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