Comunidades ribeirinhas terão situação fundiária regularizada no Amazonas

As medidas anunciadas pela Superintendência do Patrimônio da União devem beneficiar os ribeirinhos do Amazonas (Euzivaldo Queiroz)
As medidas anunciadas pela Superintendência do Patrimônio da União devem beneficiar os ribeirinhos do Amazonas (Euzivaldo Queiroz)

Superintendência do Patrimônio da União no Amazonas vai entregar 1,8 mil títulos de posse de terra a famílias que vivem há décadas nas várzeas, áreas do governo federal

Florêncio Mesquita – A Crítica

Até o final do ano a Superintendência do Patrimônio da União no Amazonas (SPU-AM) entregará mais 1,8 mil títulos de posse da terra a ribeirinhos que vivem em comunidades tradicionais no Amazonas. A entrega faz parte do conjunto de ações que a SPU está realizado para promover a regularização fundiária de áreas de várzea no Estado.

As terras pertencem à Marinha e à União Federal, mas são ocupadas há mais de 40 ou 60 anos por ribeirinhos que atuam em atividades diversas, tais como, pesca, criação de animais e agricultura. O documento reconhece os moradores como fieis depositários das terras, indivíduos a quem a Justiça confia um bem a ser zelado por ele. A posse chegará a pessoas que nunca tiveram a moradia regularizada e que corriam o risco de serem retiradas caso o Governo Federal reivindicasse as terras.

O serviço foi realizado pela primeira vez em Iranduba, no ano passado. Ao todo, 600 famílias receberam o título de posse da terra. Este ano, o mesmo procedimento ocorreu em Parintins, com aproximadamente 500 famílias beneficiadas. A regularização de área de várzea continua e, na primeira semana de junho, chegará a 250 ribeirinhos de Paraná da Eva, no distrito de Novo Remanso, na margem esquerda do rio Amazonas.

Segundo superintendente do Patrimônio da União, Silas Aquino, depois o serviço alcançará o Município de Careiro da Várzea, a 29 quilômetros da capital, onde serão concedidos 700 títulos de posse de terra. O terceiro município na sequência deste ano é o município de Boca do Acre, a 1.038 quilômetros de Manaus. Conforme o levantamento da SPU-AM, em Boca do Acre existem em torno de 850 famílias que terão a moradia regularizada com os títulos de posse da terra.

Conforme o superintendente, a regularização é um grande avanço para os ribeirinhos porque garante o direito a terra e, principalmente, reconhece que eles são mantenedores das áreas. Junto com o documento de posse, os ribeirinhos ganham o Bolsa Verde, que é o programa de apoio à conservação ambiental que faz parte do plano Brasil Sem Miséria. O Bolsa Verde repassa o valor de R$ 300 trimestralmente, por meio do cartão Bolsa Família ou Cartão Cidadão, durante até dois anos, podendo ser renovado.

Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.