
manifestantes (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)
Decisão foi suspensa até que recurso no TRF3 seja julgado, diz assessoria. Ministro da Justiça veio a MS e acompanharia reintegração de posse.
Por Silvia Frias, do G1 MS
A Justiça Federal em Mato Grosso do Sul suspendeu a ordem de reintegração de posse [sic] na fazenda Buriti, em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, invadida por índios terena. A informação é da assessoria do órgão. A suspensão foi dada pelo juiz em substituição na 1ª Vara Federal, Jânio Roberto dos Santos, na noite de terça-feira (4), por volta das 20h (horário de MS).
Segundo a assessoria da Justiça Federal, um agravo de instrumento – um recurso usado quando existir risco de a decisão causar lesão grave e de difícil reparação – foi protocolado pela Advocacia Geral da União (AGU), no Tribunal Regional Federal 3ª Região (TRF3), no dia 28 de maio, para suspender a reintegração de posse, contestação que tinha sido feita por causa da ordem de reintegração do dia 15 do mesmo mês.
O advogado Newley Amarilha, que representa o produtor Ricardo Bacha, dono da fazenda Buriti, disse que a decisão é um “desserviço”.
Ministro
A desocupação da fazenda Buriti havia sido determinada pela juíza federal Raquel Domingues dos Santos, em substituição na 1ª Vara Federal, no dia 2 de junho.
A retirada dos índios deveria ser feita pela Fundação Nacional do Índio (Funai), de forma pacífica, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento. Esta decisão fazia parte de ação continuada de reintegração, pois a ordem anterior não havia sido cumprida: no dia 30 de maio, durante a tentativa de desocupação, um índio terena foi morto em conflito com policiais.
Nesta quarta-feira (5), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, veio a Mato Grosso do Sul para acompanhar a reintegração. Para garantir a segurança, 110 integrantes da Força Nacional e 100 policiais federais foram convocados para que ficassem.
O ministro conversou com lideranças indígenas na chegada e no acampamento formado no Jockey Clube, em Campo Grande.
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Compartilhada por Jorge Eremites de Oliveira.