Malária atinge 14,3% do povo Pirahã e mais uma criança morre de pneumonia no Vale do Javari

Por J.Rosha, de Manaus (AM), no Cimi

Cerca de 40 casos de malária foram constatados entre os indígenas Pirahã, na região do rio Maici, município de Manicoré (AM) – cidade que fica a 434 quilômetros da capital, Manaus. Esse número representa 14,3% daquele povo cuja população é de 286 pessoas, de acordo com informações da Organização dos Povos Indígenas Torá, Tenharim, Apurinã, Mura e Parintintin e Pirahã – Opittampp.

Segundo Helton Rodrigues Paes, coordenador da Organização, nos últimos dias foram confirmados cinco casos de malária nas aldeias Cacai e Passabem. Os indígenas acometidos pela doença não quiseram se deslocar para a cidade de Manicoré, para onde a equipe da Secretaria Especial de Saúde Indígena – Sesai, leva os doentes. “Isso representa um problema porque a equipe deveria ficar na área para acompanhar o tratamento”, disse Helton.

Os indígenas pirahã ou mura-pirahã, são caçadores e coletores, de pouco contato com os não-indígenas. Eles habitam um trecho das terras cortadas pelo Rio Marmelos e quase toda a extensão do Rio Maici, no município de Humaitá.

Morte no Vale do Javari

No último domingo, 12/05, vítima de pneumonia grave, morreu mais uma criança indígena na cidade de Atalaia do Norte. Joãozinho Capistana Kulina, de aproximadamente um ano de idade, era da aldeia Campinas, localizada no médio rio Javari.

Segundo Artêmio Capistrana Araújo Kulina, membro do Conselho Distrital de Saúde Indígena – Condisi, a criança estava internada no hospital de Tabatinga. Em virtude de seu estado grave, sua remoção para tratamento em Manaus teria sido solicitada no dia 7 passado e, por causa da demora, Joãozinho acabou por falecer na noite do dia 12.

“Os indígenas estão revoltados com esse estado de coisas”, disse Clovis Rufino Marubo, da Associação Marubo de São Sebastião – Amas. Com a morte dessa criança, sobe para onze o total de óbitos registrados na região do Vale do Javari entre janeiro e maio deste ano, de acordo com dados do Condisi. “A maioria das mortes foi de crianças”, diz Artêmio Kulina.

Compartilhada por GleiceOliveira Guarani-Kaiowá.

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