MG – Ocupação Emanuel Guarani Kaiowá

Fora do eixo

Frisa-se que a ocupação de um terreno que não cumpre sua função social é forma legítima de reivindicação de direitos fundamentais. Para além da solução imediata da falta de moradia dessas 200 famílias, as ocupações urbanas são uma forma de se pressionar pela política de habitação que almejamos e de responsabilizar governantes por suas ações e omissões.

Por fim, a identificação das lutas dos trabalhadores assalariados nas cidades com as lutas dos povos indígenas originários do país nos levou a nomear esta ocupação de Guarani-Kaiowá, povos historicamente destituídos de seus meios essenciais de vida por interesses e forças próprias ao capitalismo.

O genocídio e o etnocídio das populações brasileiras originárias, camponesas, quilombolas, é o triste retrato de um passado que buscamos resgatar na memória para transformar. Falar e entender Guarani Kaiowá significa, portanto, recuperar a nossa identidade apagada, reconstruir espaços de comunidade vinculados à terra a partir dos povos que foram brutalmente desterritorializados: as populações urbanas de periferia.

As ocupações são uma forma de retomada, de reapropriação das terras que originariamente sempre pertenceram ao povo e que lhe foram subtraídas.

Compartilhada Frederico Magalhães Siman.

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