Carnaval

Foto: Arquivo pessoal com meu eterno namorado João Cabral de Melo Neto/ Recife 2011

Por Tereza Amaral

Umas das fantasias que sempre foram – ainda continuam – mais usadas por brasileiros no carnaval são do universo indígena. Mas ‘fantasiosa’ mesmo é a política indigenista escondida sob a máscara da omissão, desrespeito, impunidade com ‘morte’ branca’, como o envenenamento de água com agrotóxico pelo agrocrime. Este último é o carnaval da maldade!

Ao contrário da Festa de Momo dos brancos, onde predomina alegria, a brincadeira de perversão é fatal! Não se trata de morte até por opção, como o não uso de preservativos tão cuidado – e deve ser – pelo sistema de saúde do governo federal que investe em campanhas preventivas.

Mas no ‘carnaval indígena’ o que descolore é a inexistência de programas de saúde, além de outras medidas de proteção. Exemplo disso são as recentes mortes por virose (etnia Hupda) , desconhecimento e omissão na iminência de extinção da etnia Akunt’su, falta de proteção às lideranças ameaçadas de morte (Guarani-Kaiowá, dentre outros), numa nada fantasiosa violação dos direitos humanos.

E, por achar bonito ou até engraçado, muitos continuam se fantasiando de índios no carnaval sem saber o que, de fato, acontece com os povos originários. Enquanto isso, no imaginário popular de muitos brasileiros a UH de Belo Monte – será o maior ‘monstro’ de genocídio e desastre ecológico com devastação da fauna e flora da Amazônia – é defendida com gargalhadas ‘porcinianas’ pela extravagante e ex- Namoradinha do Brasil, a atriz Regina Duarte.

E quanto a nós atores sociais? No caso específico de ativistas – denominados eco-chatos -, também gostamos de carnaval. Falo por mim… Mas não brincamos com a vida! Bacias hidrográficas são o quê? É bom lembrar que ribeirinhos, pescadores, brasileiros que se sustentam diretamente da água também esta sendo prejudicados nesse ‘carnaval’ nada alegre que é Belo Monte.

Mas, sem querer estragar a festa que nos vitriniza no mundo – País do Carnaval – vou aproveitar o gancho para desejar a todos foliões, e me incluindo, uma festa de paz, amor com responsabilidade (preservativo e moderação com álcool também são sinônimos de vida) e muita, mas muita alegria para um povo que extravasa suas mazelas – muitos – durante quatro dias de uma alegre ilusão.

UM FELIZ CARNAVAL COM PAZ!

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