Baltasar Garzón diz que situação de Julian Assange é uma ‘brutalidade’

Garzón lidera a equipe jurídica de Assange, que desde junho do ano passado está refugiado na embaixada do Equador em Londres

Da Redação Sul 21

O ex-juiz espanhol Baltasar Garzón disse na quarta-feira (16) em Santiago do Chile que a situação em que se encontra o australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, é uma “brutalidade” e trata-se de uma “clara perseguição”.

“Para mim, isso (o que fez Assange e WikiLeaks) não é criminoso, muito menos pode determinar penas que o possam levar a prisão perpétua ou a pena de morte”, disse Garzón em uma entrevista àRadio Cooperativa.

O ex-juiz da Audiência Nacional lidera a equipe jurídica de Assange, que desde junho do ano passado está refugiado na embaixada do Equador em Londres, país que o concedeu asilo político.

“Não me custou nenhum trabalho assumir o caso porque entendo que o que WikiLeaks, Julian Assange e a sua equipe têm feito é um grande serviço a todos”, disse o juiz. “Eles têm revelado uma série de situações que estão muito distante do que deveria ser uma adequada ação diplomática. Têm revelado ações de empresas e de graves violações aos direitos humanos”, acrescentou o assessor do Tribunal Penal Internacional de Haia.

Segundo Garzón, os vazamentos proporcionados pelo WikiLeaks não são criminosos, mas um exemplo de administração particular, uma vez que foram revelados à opinião pública fatos que não queriam que fossem conhecidos.

Sobre as possibilidade de soluções para o caso, o juiz levanta duas opções, uma “jurídica”, que pode levar “vários anos” e outra “diplomática”. “Eu acho que deveria acontecer a opção diplomática, mas sempre estabelecendo que em qualquer caso, Julian Assange, que quer prestar contas à Justiça sueca, não seja extraditado aos Estados Unidos”, concluiu.

Assange, de 41 anos é pai de um filho. Foi preso no dia 7 de dezembro de 2010 em Londres, a pedido da justiça sueca, a fim de interrogá-lo sobre supostos crimes sexuais, os quais ele nega. A acusação surgiu dias depois de seu portal divulgar milhares de documentos diplomáticos confidenciais dos Estados Unidos.

Desde 19 de junho do ano passado, Assange se encontra refugiado na embaixada do Equador de Londres depois de perder seus direitos legais no Reino Unido e para evitar sua extradição para a Suécia.

Garzón, que em 1998 ordenou a prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, está no Chile com os ex-presidentes do Equador Eduardo Frei e Ricardo Lagos. Ele visitará o Museu da Memória dos Direitos Humanos e participará do fórum “Congresso do Futuro”, organizado pelo Senado chileno.

Com informações da La Radio del Sur

http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/baltasar-garzon-diz-que-situacao-de-assange-e-uma-brutalidade/

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