DF – Denúncia de novas arbitrariedades contra Terreiro de Pai Edivam configuram preconceito e violência religiosos

No dia 15 de dezembro republicamos matéria postada por Oluandeji, com o título Intolerância Religiosa quer fechar Terreiro em Brasília. Esta noite recebemos um comentário à matéria feito por Alexandre de Oxalá, criador da Rede Afrobrasileira, pelo qual agradecemos e transcrevemos abaixo, dada a importância das denúncias que ele faz. TP.

Comentário de Alexandre de Oxalá:

Vamos aos fatos atuais. Na segunda tivermos uma reunião com Pai Edivam, e na mesma foram relatados fatos estarrecedores que me deixaram completamente revoltado:

1) As crianças que residem na casa de Pai Edivam são proibidas de brincar na rua pelos vizinhos, sendo chamados de filhos do demônio;
2) As outras crianças da rua, que antes brincavam com elas, foram proibidos pelos pais de continuarem dialogando com elas; assim as crianças da casa são obrigados a ir para outras quadras para poderem brincar;
3) Os frequentadores da casa são proibidos de parar o carro na rua com ameaças de que terão os vidros quebrados ou os carros arranhados;
4) Quando os frequentadores sentam na calçada que fique na frente de outra casa, são prontamente interpelados e obrigados a sair do local; ao saírem os vizinhos jogam água com sal grosso e lavam o local por estar impregnado de magia negra;
5) Uma das filhas (que) está com o braço quebrado ao passar pela rua foi interpelada por uma morada que disse que tinha rezado para que quebrassem o braço do demônio e que agora iria rezar para que quebrassem as pernas;
6) Quando realizava suas atividades às terças e quintas, das 13 às 19 horas, os vizinhos ligavam vários aparelhos de som, inclusive automotivo, todos virados para a casa de Pai Edivam com o objetivo de atrapalhar as atividades;
7) Após uma série de denúncias Pai Edivam se viu obrigado a fazer um acordo judicial, aonde o mesmo ficou impedido de tocar às quintas, passando a exercer suas atividades apenas às terças;
8) Mesmo com o acordo judicial, os vizinhos se uniram e fizeram uma enxurrada de denúncias, o que culminou com a intervenção da agência de fiscalização no local que proibiu o desempenho das atividades religiosas na casa;
9) Se alguém for até a casa dele vestido de branco ele será preso!!!!!!!!! (pasmem).

O conteúdo do relatório do fiscal é simplesmente terrível, fantasioso, mentiroso e ilegal, repleto de arbitrariedades; uma vez que o amparo legal por ele utilizado não existe mais, a Lei foi revogada graças a uma ADI promovida pelo Ministério Público.

O fiscal colocou que a casa tem cheiro de animais mortos, mas aí apenas uma observação: a casa é de Umbanda; nem sacrifícios de animais são feitos no local.

Nos reunimos hoje na agência de fiscalização aonde dialogamos sobre o tema e alguns pontos propostos pela minha pessoa foram bem recebidos pelo Diretor do órgão, sendo:

1) A inserção de uma entidade representativa nossa no colegiado arbitral do órgão;
2) Realização de uma oficina objetivando um diálogo com os agentes fiscalizadores, para conscientização e esclarecimento de nossas especifidades perante a sociedade;
3) Avaliação de um documento que elaborei em conjunto com o nosso irmão Talaguibonan a respeito da defesa das casas.

Vamos fazer um evento na casa de Pai Edivan neste sábado, dia 22/12, com a presença maciça de nosso povo, e queremos ver quem vai nos impedir. Por isso convido, convoco, peço por Olorum, venham todos para a atividade, nossos antepassados em Brasília pedem socorro.

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