Produtoras rurais protestam contra desocupação de não índios da Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé

Yara Aquino* – Agência Brasil

Brasília – Um grupo de mulheres produtoras rurais está em vigília na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, contra a desocupação dos não índios que vivem na Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé, em Mato Grosso, determinada pela Justiça.

Pela manhã, elas invadiram a pista em frente ao Planalto e bloquearam o trânsito por alguns minutos. À tarde, um comissão foi recebida pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e pediu que o reconhecimento da área como terra indígena seja analisado. As manifestantes alegam que a área não se trata de terra indígena e dizem ter laudos que atestam a afirmação.

De acordo com uma das integrantes do movimento, Valéria Quirino, o grupo tem a expectativa de ser recebido novamente hoje (6) pelo ministro e ter uma resposta do governo sobre a reivindicação. Enquanto isso, ela diz que a decisão é permanecer em frente ao Palácio do Planalto. “Viemos manifestar que o homem não tem o poder de tirar o povo que vive do suor da terra. Dali tiramos o sustento de nossas famílias”, disse Valéria.

Homologada por decreto presidencial em 1998, a Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé é alvo de um imbróglio que teve início da década de 1960. A Fundação Nacional do Índio (Funai) garante que, até essa época, a área era totalmente ocupada pelo povo Xavante. Nesse período, a Agropecuária Suiá-Missú instalou-se na área. Anos depois, a área foi sendo ocupada por novos grupos de não índios, inclusive grandes fazendeiros, o que dificultou a regularização e devolução integral do território aos xavantes.

Em julho deste ano, a Funai entregou à Justiça Federal em Mato Grosso seu plano de retirada de todos os não índios do interior da reserva. No mesmo mês, houve uma reunião entre representantes da Funai, do governo do estado e produtores rurais para discutir formas de amenizar a tensão gerada pela iminente retirada dos não índios da área. O governo estadual propôs que os índios fossem levados para outra área, no interior do Parque Nacional do Araguaia. Os índios, a Funai e o Ministério Público Federal não aceitaram a proposta.

*Edição: Fábio Massalli

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-11-05/produtoras-rurais-protestam-contra-desocupacao-de-nao-indios-da-terra-indigena-xavante-maraiwatsede#.UJhPEhniRsI.gmail

Enviada por José Carlos para Combate ao Racismo Ambiental.

Comments (1)

  1. QUERO PARABENIZAR A OPURTUNIDADE DE QUE SEJA COLOCADO O CONTRADOTORIO .
    GOSTARIA APENAS DE SALIENTAR QUE A AREA E, QUESTAO NAO ERA “TOTALMENTE” OCUPADA POR INDIOS,PARTE DA SUIA E MATA DENSA , VEGETAÇCAOI QUE ABSOLUTAMNENTE NUNCA FEZ PARTE DO HABITAT NATURAL DA ETNIA XAVANTE, LA NAO TEM RIOS SIGNIFICATIVOS TAOPOUCO SUAS PLANTAS E ERVAS MEDICINAIS,ELES TEM SUAS DOZE ADEIAS MUITO BEM DEFIIDAS EM SERRANOVA A 100 KM DESTA TERRA,SALIENTAMOS QUE LA NAO TEM MAIS QUE 5 PROPRIEDADES MAIORES QUE ESTAO LONGE DE SER LATIFUNDIOS.
    SALIENTO TAMBEM QUE DOS XAVANTES DESTERRRADOS PELA FAB, 70%ACEITAM E QUEREM A PERMUTA .
    QUANTO A CONSTITUCINALIDADE, JA TEMOS COMO PRECEDENTE MAIS DEZ CASOS QUE FOI USADO O PRINCIPIO DA HUMANIZAÇCAO E RAZOABILIDADE, DESTA FORMA CONTEMPLA TODOS OS BRASILEIROS INDIOS E NAO INDIOS, DANDO LHES DIGNIDADE E RESPEITO

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