MG – Serra Azul terá R$ 3 bi do BNDES

Exploração de minério de ferro pela Mineradora MMX em Serra Azul, no Quadrilátero Ferrífero mineiro. (COPAM)

Por Francisco Góes | Do Rio

A MMX Mineração e Metálicos, do grupo EBX, está avançando na montagem do pacote de financiamento do projeto de expansão de Serra Azul, em Minas Gerais. Ontem a empresa informou que teve enquadrado, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o pedido de financiamento para o projeto. A expansão de Serra Azul tem investimentos previstos de R$ 4,8 bilhões, dos quais R$ 3 bilhões a R$ 3,2 bilhões tendem a ser obtidos com o BNDES, segundo expectativa da MMX.

A expansão da Unidade Serra Azul, nome dado ao projeto, inclui a construção de uma nova unidade de beneficiamento de minério de ferro com capacidade para 29 milhões de toneladas por ano, um terminal ferroviário, mineroduto com cerca de sete quilômetros de extensão, estrutura de transmissão de energia e prédios administrativos. O plano prevê que a unidade de beneficiamento comece a operar no segundo semestre de 2014.

O enquadramento no BNDES é importante porque representa um avanço na estruturação do pacote de financiamento para o projeto de mineração de Serra Azul, disse Guilherme Escalhão, diretor-presidente da MMX. A ideia é financiar 75% do projeto, o que significa R$ 3,6 bilhões. Os 25% restantes vão corresponder a recursos próprios da empresa.

A ideia, segundo Escalhão, é priorizar o financiamento do BNDES e conjugar o uso de recursos do banco de fomento com linhas de agências de crédito à exportação. A MMX encomendou R$ 600 milhões em equipamentos importados para o projeto e, portanto, poderá habilitar-se a conseguir até esse montante junto às agências de crédito à exportação dos países fornecedores dos bens. Estão na lista Canadá, Finlândia e Dinamarca.

Na montagem do pacote de financiamento, a MMX terá que considerar a relação entre dívida e capital dentro da estrutura que pretende conseguir (75% de dívida e 25% de capital próprio). Se for preciso, a empresa ainda poderá compor o pacote com bancos de desenvolvimento da Coreia e da China, disse Escalhão. O fato de a coreana SK Networks e da chinesa Wuhan Iron and Steel serem sócias da MMX torna o projeto da MMX elegível para ser financiado por bancos de fomento desses países, disse Escalhão. Executivos da MMX estiveram na Coreia e mantêm conversações com bancos chineses. “Estamos avançando nas conversas, tocando [esse assunto] em paralelo”, disse o executivo.

Ele afirmou que a área onde ficará a nova usina de beneficiamento de Serra Azul está em fase de conclusão de terraplenagem. As obras de construção civil na unidade começam ainda este ano. Os equipamentos para a unidade e para o pátio ferroviário estão quase todos comprados. “O projeto anda dentro do cronograma e do orçamento”, afirmou. A MMX já produz em Serra Azul beneficiando o minério em uma unidade com capacidade menor, de 6 milhões de toneladas anuais, que vai ser desmontada e substituída pela nova usina.

Enquanto trabalha no financiamento de Serra azul, a MMX já fechou o financiamento para o Superporto do Sudeste, no Rio, por onde a empresa vai escoar a produção do minério de Minas Gerais. O porto, com capacidade para movimentar 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, tem previstos investimentos totais de R$ 2,4 bilhões, dos quais R$ 1,8 bilhão financiados pelo BNDES. Em 2009 e 2010, o banco aprovou financiamentos totais de R$ 875 milhões para obras no porto Sudeste e, segundo a MMX, há uma suplementação de R$ 900 milhões em fase de preparação para desembolso.

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