Guarani: indígenas retomam mais fazendas em Potrero Guasu e temem ação de pistoleiros

Foto: Lunaé Parracho

Por Ruy Sposati,

de Brasília

Cerca de 160 famílias Guarani retomaram mais 2 mil hectares de terras do tekohá – território sagrado – Potrero Guasu, no município de Paranhos, Mato Grosso do Sul, na divisa com o Paraguai. A retomada ocorreu na manhã do último sábado, 13. Em setembro, os indígenas já haviam retomado cerca de mil hectares de uma das três fazendas da área.

Na terça-feira, as famílias realizaram um mutirão para a construção de barracos de moradia. “Quando nós entramos, ainda não tinha nada. Ontem montamos tudo”, conta a liderança indígena guarani Elpídio Pires. “De noite fomos atacados. Foi com tiro. A gente tava no barraco, mas aí voltou para o outro acampamento. Não sabemos se alguma coisa foi destruída”, relata. Segundo Elpídio, os pistoleiros não puderam ser identificados. Ninguém ficou ferido.

“Informamos a Funai. Estamos aguardando a chegada da Força Nacional. Cada dia aumenta o número de famílias aqui e temos medo do que pode acontecer. Até o momento não chegou ninguém”, conclui.

No total, os Guarani – ou Nhandeva, como também se autodenominam – reivindicam cerca de 4 mil hectares de terras, invadidas por fazendeiros na década de 1960 – quando foram expulsos e passaram a viver em outra aldeia, em Paranhos – e já declaradas como território indígena desde 2000.  Potrero Guasu tem a demarcação questionada por colonos e fazendeiros na Justiça, mas com decisão favorável à ocupação pela Procuradoria Regional da República da 3ª Região, em São Paulo.

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