Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Ministério Público Federal (MPF) promoveu ontem (8) na capital fluminense uma audiência pública sobre os impactos ambientais causados pela construção do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, no entorno da região metropolitana do Rio. A audiência foi convocada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão para esclarecer os termos das licenças expedidas para a construção da rodovia.
O MPF está apurando os impactos da obra na Reserva Biológica Federal (Rebio) do Tinguá, no município de Nova Iguaçu; e na Floresta Nacional (Flona) Mário Xavier, em Seropédica. Segundo a promotoria, a obra poderá ocasionar a destruição do habitat do último fragmento de área de vida disponível para a rã Physalaemus soaresi e do peixe Notholebias minimus, espécie também em extinção .
De acordo com o subsecretário de Urbanismo Regional e Metropolitano da Secretaria Estadual de Obras (Seobras), Vicente Loureiro, entre as propostas apresentadas como solução para o problema está a que prevê a construção do arco rodoviário passando pelo no trecho de maior presença de eucalipto.
Segundo o coordenador regional do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Luis Felipe de Luca, o instituto vem trabalhando na composição de alternativas de estrutura do traçado para garantir as espécies locais, “e essa estrutura está sendo monitorada, a curto, médio e longo prazo”. Ele disse ainda que, diante da dificuldade de inviabilizar uma estrada com a importância estratégica regional e nacional, “o instituto entendeu que poderia ser dada uma autorização [para o início das obras]”, completou.
Para o vice-presidente da Associação de Moradores do Bairro Esperança, vizinho à Floresta Nacional Mário Xavier, em Seropédica, Antônio Félix de Oliveira, a comunidade lutou muito para que a rodovia fosse desviada 200 metros da Flona, evitando que cortasse a mata, mas não obteve qualquer resposta do Poder Público. “Nem audiência nos deram, porque nós da associação somos pobres. O Arco Metropolitano já está feito, não tem mais saída. Ele vai servir de lição para o futuro. Ninguém vai mudar mais aquilo”, disse.
Edição: Aécio Amado
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