Munduruku em Jacareacanga, no Pará, pedem presença do governador

Em reunião com policiais e representantes da Funai não houve acordo. Governo enviou tropas de segurança para o município

Não houve acordo durante a reunião realizada na noite desta quarta-feira (04) entre representantes da Superintendência Regional da Polícia Civil no Tapajós e da Fundação Nacional dos Índios (Funai) com os índios Munduruku que atacaram uma unidade da polícia militar no município de Jacareacanga, sudoeste do Pará. As negociações, porém, seriam retomadas nesta quinta-feira (05).

Segundo o superintendente, ele e os dois representantes da Funai estão impedidos pelos indígenas de sair do município, porém os índios não teriam usado violência. Os Munduruku exigem a presença do governador, Simão Jatene, ou do Secretário de Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), no local.

A Segup enviou ao município de Jacareacanga um efetivo do Comando de Missões Especiais (CME), da Polícia Militar. A tropa é especializada em gerenciamento de crises e situações de alta complexidade. Uma equipe da Polícia Civil também seguiu para o município, para reforçar o trabalho dos órgãos de segurança. Porém os agentes aguardam o término das negociações para entrar no município.

Segundo o delegado geral da Polícia Civil no Pará, Nílton Athaide, não há insegurança em Jacareacanga, já que os indíos não praticaram nenhum outro ato deste o ataque a unidade da PM, porém o clima seria de tensão.

O protesto dos índios foi contra a liberação de dois dos quatro suspeitos de assassinar um Munduruku na semana passada no município. “Apenas dois participaram efetivamente do fato e, em relação aos outros dois, não tínhamos evidências e eles foram, nesse primeiro momento, liberados. Isso causou a indignação dos indígenas”, explica Nílton Athaíde.

Uma das lideranças indígenas, por telefone, conversou com a reportagem da TV Liberal, em Belém, e disse que os índios perderam o controle durante o ato e que eles não planejavam destruir a unidade da PM. “A nossa proposta não era para quebrar a delegacia. Queríamos que os criminossos, que fizeram isso com nosso irmão fossem punidos. Ele não deveria ter morrido do jeito que morreu”, explicou Waldemiro Manhauary, líder indígena.

Entenda o caso
Na madrugada da última terça-feira (03), além de incendiar a unidade da PM em Jacareacanga, cerca de 50 índios Munduruku teriam perseguido e atirado flechas contra os quatro políciais militares que trabalhavam no município.

“Eles nos seguiram em uma caçamba e em duas motos, mas nosso carro era mais rápido e eles não nos alcançaram. Eles atacaram a viatura com porretadas e flechas, mas não atropelamos nem atiramos em ninguém. Também tinham duas barricadas na estrada, mas conseguimos passar por elas e nos escondemos no mato. Então passamos a monitorar a situação por telefone com a ajuda de amigos que estavam na cidade”, conta Antônio Cajado, Comandante da PM de Jacareacanga. Um dos policiais ficou ferido.

“Eles não chegaram para conversar com a gente. Chegaram já atirando flechas. Eu acho que eles foram lá para nos matar”, considera o cabo Raimundo Nonato Rodrigues.

Segundo a polícia, na confusão, os índios retiraram do prédio duas armas tipo carabina e um revólver calibre 38.

http://redeanaamazonia.blogspot.com.br/2012/07/munduruku-em-jacareacanga-no-para-pedem.html

Enviada por Vania Regina Carvalho.

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