Mineradora chinesa e ruralistas divergem sobre venda de terras

Audiência pública ontem abriu investigação sobre reclamação dos ruralistas

Empresa estaria pressionando e fraudando documentos

Pedro Grossi

Pequenos proprietários rurais da cidade de Grão Mogol, no Norte de Minas, questionam o comportamento da mineradora Sul Americana de Metais (SAM) na região. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Grão-Mogol, Lúcio Moreira Costa, a empresa estaria pressionando os agricultores a venderem suas terras abaixo dos preços de mercado.

Para apurar a denúncia, deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizaram uma audiência pública na cidade, na manhã de ontem. Segundo o deputado Rogério Corrêa (PT), há alguns casos que precisam de maior investigação. “Um dos agricultores disse que concordou em vender um pedaço de terra por R$ 70 mil, mas depois ficou sabendo que o contrato era para o terreno inteiro, avaliado em mais de R$ 24 milhões”. Segundo o deputado, a audiência não contou com representantes da empresa e uma nova reunião, agora com membros do Ministério Público e de órgãos ambientais, será realizada em agosto em Belo Horizonte.

A empresa foi contatada,mas, até o fechamento da edição, não havia enviado nenhuma resposta.

Projeto

A SAM foi criada pela Votorantim Novos Negócios (VNN) em 2006, mas foi vendida para os chineses da Honbridge Holdings.

O único projeto da empresa é a produção de 25 milhões de toneladas de minério de ferro na mina de Grão-Mogo.

CONGONHAS – Multa para transportadores

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) propôs a execução de dívidas somadas de R$ 9,7 milhões das mineradoras Vale, CSN e Namisa em Congonhas, na região Central do Estado. A promotoria do MP considerou que as empresas descumpriram uma decisão judicial que determinou multa diária de R$ 100 mil para caminhões transportadores de minério de ferro que não tivessem devidamente vedados. O promotor Vinícius Galvão disse que, caso a multa não seja paga e o problema de dispersão de poeira não seja resolvido, as empresas podem ser impedidas de transportar minério na cidade.

Por meio de nota, a CSN, que também é controladora da Namisa, disse que ainda não foi notificada sobre o assunto. A Vale, também por meio de sua assessoria de imprensa, respondeu que o escoamento de minério de ferro se dá por ferrovia e que os caminhões da empresa só trafegam internamente. Já os caminhões de clientes, segundo a nota, estariam seguindo as ordens judiciais.

http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=206458

Enviada por Ricardo Álvares.

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